Foi tudo muito rápido. Por volta das 14 horas de ontem o técnico Zetti recebeu um telefonema do presidente do Atlético-MG, Ziza Valadares, no qual ouviu uma ótima proposta financeira. Imediatamente partiu para uma conversa com o presidente do Paraná, José Carlos de Miranda. Às 16 horas comunicou à imprensa que, antes de assumir o Galo, vai comandar o Tricolor pela última vez na partida de amanhã contra o Juventude.
Por volta das 19 horas, o substituto já estava 99% certo. Hoje o técnico Pintado, que dirigiu o Noroeste no Paulista, chega a Curitiba para conversar com a diretoria tricolor. Ontem à noite faltava apenas o acordo com o Norusca para que ele fosse anunciado como novo treinador. Se tudo der certo, viaja no dia seguinte para acompanhar o jogo do Paraná em Caxias do Sul.
Companheiro de Zetti no vencedor São Paulo do início dos anos 90, o ex-volante Pintado teve o nome avalizado pelo amigo. Mas já fazia parte da lista de possíveis próximos técnicos. "Inclusive chegamos a negociar em outra oportunidade, mas não deu certo", contou.
Zetti, que no início da semana havia recusado uma proposta para dirigir o Fortaleza na Série B, confirmou que o motivo da troca de clube no início do Brasileiro é mesmo o alto salário oferecido pelo Galo. "Estou muito feliz aqui. Mas a oportunidade ia aparecer cedo ou tarde, como aconteceu com o Caio Júnior e outros treinadores. Também temos de pensar na parte financeira", explicou Zetti, que no domingo viaja para o Rio de Janeiro, onde vai assinar contrato e acompanhar a partida da nova equipe contra o Botafogo.
Ele contou à diretoria paranista que o valor da proposta feita pelo Atlético Mineiro é de R$ 120 mil R$ 80 mil para ele, R$ 20 mil para o auxiliar-técnico Silas e R$ 20 mil para o preparador físico Fernando Moreno. Para se ter uma idéia, o salário no Tricolor era de R$ 15 mil, com R$ 5 mil para os outros dois principais componentes da comissão técnica depois do assédio do Fortaleza foi acertado um aumento, que nem teve tempo de sair do papel.
Valores que fizeram Zetti rever o discurso de trabalho a longo prazo que vinha sustentando desde a chegada ao clube. Ou o de que no momento não estava tão preocupado com a parte financeira.
A oferta do Galo foi classificada pelo próprio presidente do Paraná como irrecusável. "Agora não dá para concorrer mesmo", resignou-se Miranda, acrescentando que o contrato entre Zetti e o clube não prevê nenhuma multa elevada. "O valor da rescisão é de três ou quatro salários, nada que o vá deixar sem dinheiro agora", brincou o dirigente, mantendo o bom humor mesmo após perder o técnico.
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