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Entenda o caso

A "novela" entre Atlético e Dagoberto não é nova. No ano passado, o clube pediu junto ao TRT-PR a prorrogação do contrato do jogador por mais 348 dias, mas conseguiu apenas 250, referentes à inatividade do atacante enquanto recuperava-se de uma contusão sofrida em 2005. Do lado do atleta, os valores da multa sempre foram questionados perante a justiça. O prazo legal favorável ao clube expirou no dia 29 de março, e a multa caiu de R$ 16,38 milhões para R$ 5,4 milhões.

Para restabelecer o valor anterior e segurar Dagoberto, o Atlético espera conseguir vencer o recurso impetrado no mês passado. Em um primeiro momento, no dia 14, a mesma juíza negou uma liminar do Furacão que requeria a impossibilidade de transferência do jogador sem apresentação de uma garantia financeira para o caso de o clube ganhar a causa final.

O caso só deve ser apreciado em sua totalidade em maio, e se o Rubro-Negro vencer, a multa segue em R$ 16,38 milhões até pelo menos o dia 6 de junho.

A saída de Dagoberto do Atlético Paranaense pode estar próxima. Na tarde de segunda-feira (2), os representantes do atacante e o advogado de defesa conseguiram no Tribunal Regional do Trabalho de Curitiba (TRT-PR) a decisão favorável à rescisão unilateral do contrato entre jogador e o clube, na qual o atual valor da multa rescisória – R$ 5,4 milhões – seria depositado em juízo, até que a questão seja resolvida na íntegra.

Tanto algum clube interessado em Dagoberto, quanto o próprio atleta, podem fazer o pagamento para o fim do vínculo entre o jogador e o Furacão. "Em resumo, ele sai sem pagar o Atlético. O dinheiro fica retido até o julgamento dos recursos que tramitam no processo", comentou o advogado do atacante, Sebastião Antunes Furtado.

A medida cautelar, concedida pela juíza relatora do TRT-PR, Rosemarie Diedrichs Pimpão, pode animar São Paulo e Internacional, os principais interessados no futebol de Dagoberto, como contou o representante Marcos Malaquias. "Nós vamos ver o que faremos ainda. Primeiro vamos tentar um acerto com os clubes que já demonstraram interesse, e ver o que é melhor para o Dagoberto", assegurou Malaquias à Gazeta do Povo Online.

De acordo com o empresário, os dois clubes teriam mantido contato com a direção do Atlético, mas um acordo não saiu. Com a decisão da justiça, até mesmo o próprio Dagoberto pode vir a depositar o valor para deixar o Rubro-Negro. "Tudo que o Dagoberto fizer será com o nosso aval. Não vamos premeditar nada, mas até sair alguma decisão, ele tem contrato com o Atlético e vai cumprí-lo", garantiu Malaquias.

A diretoria do São Paulo acompanha com entusiasmo o desenrolar da "novela". De acordo com o vice-presidente de futebol do Tricolor, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, assim que o atacante estiver com os direitos federativos em mãos, o clube do Morumbi negocia imediatamente a sua contratação. O clube paulista até já planeja inscrevê-lo no Paulistão e na Libertadores.

Do lado atleticano, o advogado do clube, Marcos Malucelli, minimizou a decisão da justiça é afirmou que nada mudou no caso. "A própria juíza ressalta que a rescisão unilateral de contrato é garantida por lei", analisou. Desde a última quinta-feira (29), quando o valor da multa caiu de R$ 16,38 milhões para R$ 5,4 milhões, a saída de Dagoberto é aguardada a qualquer momento. Como o São Paulo pode ser o destino mais certo, como o próprio jogador já disse, a direção do Furacão espera reunir a documentação necessária e mover uma ação contra o clube paulista pelo aliciamento do atleta.

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