São Paulo Enquanto Antônio Lopes traz uma carga de tensão aos jogadores, Paulo Autuori adotou a linha relax. O técnico do Atlético não perde a chance de mexer com brio do Rubro-Negro, o são-paulino quer o Tricolor longe do agito.
O duelo entre paranaenses e paulistas na final da Copa Libertadores (às 21h45, no Morumbi) será também um embate entre estratégias e personalidades.
Ao contrário do treinador atleticano, o comandante do São Paulo transborda calma e claramente quer passar isso para a equipe que dirige. Nada de frases prontas ou artimanhas.
"Não tem essa de confronto entre técnicos. O jogo será dentro de campo. Não luto contra ninguém. Quero lutar apenas comigo mesmo, tornando-me sempre um melhor profissional ou uma melhor pessoa", disse o "professor" do São Paulo, em entrevista coletiva ontem à noite no CT da Barra Funda.
Nem mesmo a tática do colega de superdimensionar fatos para motivar o Furacão o incomoda. "De novo o 'Morumtri'? Vamos parar com essas historinhas e falar de futebol. Ninguém está na profissão há dois meses apenas", desconversou, tentando visivelmente fugir das polêmicas.
Eles, ao menos, têm algo em comum: já levantaram a taça do continente curiosamente, em anos seguidos. Autuori conduziu o Cruzeiro em 1997; o Delegado levou o Vasco ao título em 1998. Um dos dois irá se igualar a Lula (Santos, 62-63), Telê Santana (São Paulo, 92-93) e Luiz Felipe Scolari (Grêmio em 95, Palmeiras em 99).
E ambos respondem a mesma coisa sobre o tema: "Legal, bacana. Algo que ajuda muito no lado profissional", limitam-se a falar, dando fim às semelhanças.
O estilo Autuori ganha força quando instigado a falar do rival. Questionado se o adversário comete muitas faltas, ele saiu pela tangente. "Uma coisa é marcar, outra seria fazer infrações. O brasileiro confunde muito isso. Algo paradoxal, pois temos os melhores jogadores do mundo e somos o país com mais lances violentos", soltou, em tom professoral.
Sem aumentar o tom de voz em nenhum momento, o homem encarregado em levar o São Paulo ao inédito título (para o país) de tricampeão continental exige ainda distância do oba-oba. "Não podemos entrar na loucura da torcida. Serão 70 mil pessoas empurrando, no entanto se faz necessário mostrar maturidade. Nada de afobação. Vamos executar o trabalho dos treinamentos."
Paulo Autuori foge do estrelismo ao ponto de lembrar, na véspera da decisão, do antecessor. Caso ganhe o torneio, ele promete fazer uma dedicatória a Emerson Leão, que antes do término da primeira fase se transferiu para o Kobe (Japão). "Deixar um trabalho no meio do caminho sempre é uma coisa difícil. Não tenho vaidade alguma, acho isso, inclusive, uma p... babaquice."ß Rodrigo Fernandes enviado especial
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