Decisivo, Baier comanda reação atleticana

Os atleticanos só não deixaram a Baixada completamente satisfeitos no domingo porque a significativa vitória por 1 a 0 sobre o São Paulo resultou também na suspensão de Paulo Baier. O principal nome da recuperação rubro-negra no Brasileiro recebeu o terceiro cartão amarelo e não enfrenta o Náutico, sábado, no Recife. Desfalque que obriga o técnico Antônio Lopes a quebrar a cabeça. E deixa a torcida preocupada.

Não é só retórica. Os números de Baier impressionam. Se o Atlético abriu uma distância confortável de seis pontos da zona de rebaixamento e ingressou no grupo da Sul-Americana é por causa dos gols e assistências de seu camisa 10.

Baier participou diretamente da conquista de 22 dos 27 pontos do time, balançando a rede cinco vezes e dando o passe final para outros cinco gols. Nada mal para quem completa 35 anos daqui a dois meses.

"Estou me sentindo muito bem desde que cheguei, atravesso uma fase maravilhosa", afirmou, após ser o protagonista do duelo com o Tricolor paulista. "Ele foi contratado para tirar o Atlético de uma situação ruim e está cumprindo com a sua obrigação muito bem", emenda Neco Cirne, responsável por gerenciar a carreira do meia.

Bom momento que Baier decidiu dividir, como forma de agradecimento, com Riva Carli. Escalado para deixá-lo com vitalidade, o preparador físico elaborou cada detalhe da planilha de treinamento, peça-chave para zerar qualquer si­­nal das duas semanas de inatividade, período entre o desligamento do Sport e o desembarque no CT do Caju, em junho.

"Tomamos todos os cuidados possíveis. Trabalhamos primeiro a musculatura para depois explorar força e resistência", explica Carli.

A cúpula rubro-negra também já se atentou para a importância de Baier. Tanto que trabalha constantemente nos bastidores para ampliar o vínculo do atleta, cujo encerramento está marcado para 8 de dezembro. A estratégia, de acordo com o diretor de futebol Ocimar Bolicenho, é deixá-lo à vontade no clube.

"(A renovação) está andando. O Pau­lo se sentindo feliz aqui não vai aceitar qualquer proposta", acredita o dirigente.

Especulações que já começaram a pipocar. Na semana passada boatos ligavam o jogador ao Goiás e ao Flamengo. "Não existe nada", descarta Cirne. "Ele saiu do Goiás (em 2008) porque não quiseram pagar o que pediu. Depois tentaram tirá-lo do Sport várias vezes, oferecendo ainda mais dinheiro. Aí foi a vez de o Paulo di­­zer não", diz, confirmando o in­­teresse do atleta em permanecer mais um tempo na Baixada. "Ele está feliz".

Ponto para o Atlético.