Técnicos da Defesa Civil de Salvador (Codesal) começaram a realizar uma vistoria no Estádio da Fonte Nova nesta segunda-feira (26). No domingo, sete pessoas morreram e dezenas ficaram feridas com a queda de uma parte da arquibancada do estádio.
O governador da Bahia, Jaques Wagner, se reuniu com secretários, com o ministro do Esporte, Orlando Silva de Jesus Júnior, e com representantes da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), que administram o estádio, nesta manhã. Eles devem participar de uma visita ao local do acidente.
A inspeção da Defesa Civil foi determinada por Wagner, logo depois do acidente ocorrido no domingo (25) no estádio. Parte da estrutura do anel superior da Fonte Nova desabou durante o jogo entre Bahia e Vila Nova. Sete pessoas morreram e pelo menos 30 ficaram feridas.
Na manhã desta segunda-feira, o governador baiano foi até o Hospital Geral do Estado (HGE) visitar as vítimas que permanecem internadas.
Além do governo, a polícia também investiga as causas da tragédia. A delegada Maria Andrade Ramos, da 6ª Delegacia de Salvador, espera um relatório feito pela Polícia Técnica, que realizou uma perícia preliminar no local.
Vítimas
No momento da tragédia, por volta de 35 minutos do segundo tempo, pelo menos 60 mil pessoas comemoravam o empate por 0 a 0 entre Bahia e Vila Nova, resultado que garantiu acesso do time baiano ao Campeonato Brasileiro da Série B. O governador Jaques Wagner determinou a interdição imediata do estádio.
Veja os nomes das vítimas, segundo o Corpo de Bombeiros e a polícia:
Márcia Santos Cruz, 27 anosMilena Vasques Palmeira, 27Jadson Celestino Araújo Silva, 25Djalma Lima Santos (idade não divulgada)Anísio Marques Neto (idade não divulgada)Joselito Lima Júnior (idade não divulgada)Mídia Andrade Santos, de 24 anos
Joselito foi o único que foi levado para atendimento médico com vida. Ele morreu no Hospital Geral do Estado (HGE), pouco depois da tragédia. Investigação
A delegada informou que a Polícia Técnica já realizou uma primeira perícia no estádio no domingo. De acordo com ela, a "olho nu", a impressão é de que a estrutura apresenta deficiências.
Maria espera receber ainda nesta segunda-feira (26) um relatório sobre a visita ao local da tragédia. Depois de analisar o material, ela vai definir se será necessária a realização de nova perícia, com mais detalhes, para a investigação policial da causa do acidente.
Risco de desabamento
A área onde está localizado o buraco na arquibancada do anel superior da Fonte Nova está isolada. O Corpo de Bombeiros não descarta a possibilidade de novos desabamentos.
Na hora do acidente, os bombeiros estimaram que 500 torcedores estavam eufóricos e pulavam naquele setor do estádio.
O capitão Fernandes, coordenador da Central de Telecomunicações do Corpo de Bombeiros local, informou que as vítimas caíram de grande altura - cerca de 15 metros - e ficaram gravemente feridas, algumas com afundamento no crânio.
Ao final da partida, os torcedores teriam iniciado um tumulto para comemorar o resultado do jogo. Houve invasão do campo e os jogadores precisaram correr para os vestiários. Placas e bancos também foram arrancados.
O secretário estadual de Saúde da Bahia, Jorge José Santos Pereira Solla, disse ao G1 por telefone que pelo menos 30 pessoas foram atendidas em três hospitais públicos de Salvador. "Dois casos são mais graves e demandam procedimentos mais complexos. São pacientes que foram diretamente para o centro cirúrgico", disse o secretário, que estava no HGE.
De acordo com Solla, o governador Jaques Wagner acompanha as providências e determinou o reforço das equipes médicas dos hospitais.
Histórico
Até domingo, a maior tragédia em jogos de futebol no Brasil havia acontecido em 1973, em Teresina. Foi no jogo entre Tiradentes e Fluminense. Quatro pessoas morreram. Outros acidentes não saem da memória.
A mais conhecida antecedeu a final do Campeonato Brasileiro de 1992. Vinte minutos antes do horário previsto para a decisão entre Flamengo e Botafogo, a grade de proteção da arquibancada do Maracanã cedeu.
Pelo menos 20 torcedores do Flamengo despencaram sobre outros torcedores. Quase cem pessoas ficaram feridas e três morreram.
Oito anos mais tarde, em 2000, novamente no Rio de Janeiro, em uma decisão de Campeonato Brasileiro, Vasco e São Caetano jogavam em São Januário quando o alambrado que separava a arquibancada do campo cedeu.
Não houve mortes, mas cerca de 150 pessoas ficaram feridas. O jogo foi suspenso e a decisão do campeonato só foi disputada no início do ano seguinte.
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