Marco Polo Del Nero tomou posse nesta quinta-feira (16) pela manhã como novo presidente da CBF. E, logo no primeiro dia de mandato, o dirigente tem que lidar com uma suspeita de conflito ético na compra de uma cobertura de luxo na Barra da Tijuca por R$ 5,2 milhões, que pertencia ao empresário Wagner Abrahão, dono do Grupo Águia, conglomerado de turismo que é agente de viagens oficial da CBF há mais de 30 anos e atua, também, na organização da logística das competições da entidade. As informações foram publicadas pela “Folha de S. Paulo”.
A negociação foi fechada em fevereiro deste ano. Cerca de um ano antes, em maio de 2014, Del Nero havia comprado imóvel semelhante, no mesmo condomínio (Les Residences Saint Tropez), por R$ 1,6 milhão. Essa quantia paga pelo novo presidente da CBF, que irá receber salário de R$ 200 mil até o fim do mandato, em 2019, estava abaixo do valor de mercado do imóvel de luxo. Esta cobertura foi usada como parte do pagamento na compra do novo imóvel pelo valor de R$ 410 mil.
Em e-mail enviado à “Folha de S. Paulo”, Del Nero afirmou que comprou o apartamento da JAT Administração de Bens LTDA, pertencente aos filhos de Abrahão, e não diretamento do empresário parceiro da CBF. O dirigente afirmou, ainda, que a quantia de R$ 410 mil utilizada como parte do pagamento da cobertura comprada este ano corresponderia a 1/4 do preço do imóvel cedido à empresa JAT, que assumiria o saldo devedor.
Já Abrahão disse que o imóvel vendido a Del Nero era a sua residência e que recebeu a cobertura, adquirida anteriormente por Del Nero por R$ 1,6 milhão, por apenas R$ 410 mil porque aceitou ficar com o saldo devedor do apartamento.