Delator da contratação de empresas de parentes de Mario Celso Petraglia para prestar serviço na conclusão da Arena da Baixada para a Copa do Mundo de 2014, o vice-presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, José Cid Campêlo Filho, prometeu para esta terça-feira a renúncia a todos os cargos que ocupa no clube. O advogado defendeu a legalidade do projeto rubro-negro e reafirmou que o único ajuste necessário na operação é a mudança no comando atleticano.
"A única coisa que precisa é que o presidente [Petraglia] renuncie e venha um novo administrador. Tenho sentido resistência dos órgãos públicos ao nome dele", afirmou.
Durante pouco mais de uma hora, Campêlo conversou com a imprensa em seu escritório, no bairro Centro Cívico. Apresentou dados e documentos que serviram de base para a reportagem publicada na Gazeta do Povo de domingo, sobre a contratação das empresas Kango Brasil Ltda. e Carlos Arcos Arquite(c)tura para prestação de serviços na conclusão da Arena. A Kango, que tem como sócio Mario Celso Keinert Petraglia, filho do presidente rubro-negro, fornecerá assentos para o estádio; Arcos, primo de Petraglia, presta serviço de fiscalização arquitetônica da obra.
Apesar de criticar a contratação das duas empresas, Campêlo defendeu a legalidade do projeto rubro-negro para a Copa. Para isso, apresentou duas decisões judiciais. A primeira é do ano passado, da Justiça paulista, e considera improcedentes quatro ações civis públicas que questionavam a isenção fiscal concedida ao Corinthians para a construção do seu estádio. Segundo Campêlo, o benefício é similar aos créditos de potencial construtivo aplicados na Arena. A outra é do dia 20 de setembro deste ano, proferida pelo juiz Marcelo Mazzali, da 6.ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba, considerando legais as desapropriações de terrenos no entorno da Baixada.
O advogado também reafirmou esperar uma investigação do Ministério Público Estadual nos contratos empresas dos parentes de Petraglia e a CAP S/A. "Os órgãos de vigilância tem por dever de ofício examinar os contratos. Se não fizerem, será omissão", afirmou.