Ana Luzia Mikos e Elaine Felchaka, especial para a Gazeta do PovoAntônio Lopes acertou mesmo a mão no clássico com o Paraná na Vila Capanema. Muitas vezes criticado por improvisar jogadores para tentar inovar nas escalações do Atlético, ontem utilizou cada atleta em sua respectiva função, venceu por 1 a 0 e se firmou na vice-liderança do Paranaense.
O Delegado gostou do que viu. A única reclamação, e não muito contundente, foi sobre a falta de marcação do ataque, mas nada que comprometesse seu esquema tático. "O sistema de marcação bom, evolução ofensiva boa, criação de chances de gol e o espírito competitivo fizeram com que nossa equipe vencesse e com justiça", admitiu.
Se em time que está ganhando não se mexe, Lopes fez valer a máxima. Mesmo com o Paraná menos defensivo no início da etapa final, optou por manter o esquema escolhido. Novamente foi certeiro. "Com três atacantes eu iria me suicidar e não sou esquizofrênico. Esquizofrênico é que vai ao suicídio com facilidade e eu não vou", justificou Lopes por não lançar o time mais à frente.
Só mexeu com a expulsão de Valencia, aos 31 minutos, puxando Chico para a zaga, garantido o placar de 1 a 0.
Já o Paraná sofreu com o posicionamento de alguns jogadores. A presença de Pará no meio isolou Toscano à frente. Élvis foi apagado pela marcação rubro-negra, a ponto de ter a sua substituição cobrada pela torcida. Fora isso, a falta de qualidade em alguns lances será motivo de cobranças por parte do técnico Marcelo Oliveira.
"Tem de ter mais capricho, maior segurança, vou cobrar muito. Não podemos jogar com um time com as condições do Atlético, criarmos várias vezes e não termos poder de definição. Erramos em cruzamentos, bolas paradas...", citou o comandante paranista.
Apesar da irritação com a arbitragem, que além de um pênalti não marcado teria, na visão paranista, falhado no início do lance originário do gol atleticano, Oliveira preferiu não reclamar. "Fiquei muito revoltado no intervalo, após o lance sobre o Toscano e o gol. Mas, se eu for falar isso agora, depois da derrota, vai parecer desculpa e não preciso disso. Nossa equipe tentou, fez o que podia e no segundo tempo jogou até melhor", amenizou.
Há três jogos sem vencer (empates com Cianorte e Corinthians-PR e o tropeço de ontem), o treinador não sente sua posição ameaçada. "Desde que cheguei aqui, sou perguntado da pressão. Gosto de conviver com as vitórias, mas não podemos nos abater", finalizou.