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Demorou para o lateral-direito Alex, de 21 anos, perceber a dimensão do que fez no início da noite de domingo. Com uma atuação decisiva, ajudou o Paraná a vencer pela primeira vez o Atlético na Arena e se classificar para a decisão do Estadual.

"Para falar bem a verdade, depois do jogo não tinha nem caído a ficha, até por ter feito meu primeiro gol como profissional", admitiu o jogador, que ficou surpreso com a procura por entrevistas após a vitória por 3 a 1, na qual foi o responsável direto pela expulsão do atleticano Netinho e fez o segundo gol paranista.

"Várias rádios vieram falando que fui o melhor em campo, bam-bam-bam, coisa e tal. Fiquei e estou muito feliz até agora, pensando no gol, até sonhei com ele..."

E a badalação em cima do jovem lateral, que só assumiu a posição de titular graças à contusão de André Luiz há duas semanas, aumentou na segunda-feira. "Foi um dia bem diferente. Passei dando entrevistas, além de receber muitos telefonemas de amigos e familiares para dar parabéns", contou.

Entre as ligações, algumas de atleticanos, "que acabam torcendo por mim", diz Alex, lembrando em especial de um amigo fanático pelo Rubro-Negro. "Na hora ele ficou brabo, mas depois passou", se divertiu o camisa 2.

Sem dúvida um dia atípico para quem na adolescência teve de se virar seja pintando portões, como servente de pedreiro ou fazendo outros bicos, ao mesmo tempo em que treinava na escolinha do Bairro Alto. "Tinha que trabalhar para ajudar a família, né?", disse, com simplicidade, o menino criado pela avó porque os pais eram muito novos quando nasceu.

Situação que começou a mudar quando foi chamado para o time juvenil do Tricolor. "Em 11 de março de 2002", lembra bem Alex, que antes passou cinco meses em testes. "No começo tinha certeza de que ia ser chamado, mas depois do quarto mês comecei a ficar na dúvida", lembrou.

A partir de então, com a ajuda de custo dada pelo clube, o garoto pôde se dedicar exclusivamente ao futebol. Já com salário de profissional, apesar de o valor não chegar nem perto de alguns companheiros de time e muito menos de estrelas do esporte, ele se sente bem em poder ajudar a família bem mais do que naquela época de incertezas. "E eles ficaram muito felizes pelo jogo que eu fiz agora", orgulha-se, também não se dando conta momentaneamente de que a alegria foi proporcionada ao mesmo tempo para milhares de torcedores paranistas.

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