Onaireves Moura não deve mais reassumir a presidência da Federação Paranaense de Futebol. Hoje, o dirigente será julgado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e poderá ser suspenso de atividades do futebol por até oito anos. Independentemente disso, ontem, ao se licenciar novamente do cargo para que a entidade sofra uma auditoria, Moura afirmou que não pretende mais voltar.
"Não quero mais ficar aqui. Me doei demais à Federação e ao futebol do Paraná", afirmou Moura. "Meu erro foi acreditar demais nas pessoas. Agora quero ficar com meus netos e pescar."
Mesmo refutando que o discurso poderia fazer parte de uma estratégia para amenizar o julgamento, o dirigente viaja na tarde de hoje para o Rio de Janeiro com algumas cartas na manga. Irá tentar rebater as acusações e, se não for possível, partirá ao ataque contra o procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt.
Depois de acusar Schmitt de ter sido exonerado da Paraná Esportes por corrupção o que foi desmentido pela autarquia , agora afirma que o procurador teria parentes no órgão, o que seria proibido pelo Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD).
Foi Schmitt o responsável pela denúncia na qual o presidente da FPF, mais alguns membros da diretoria da entidade, teriam infringido oito artigos do CBJD. Entre as principais denúncias estão ofensa ao STJD, prejudicar clubes afiliados e fraude em borderôs.
Os dois primeiros casos dizem respeito à eliminação do Rio Branco na Copa do Brasil por utilização de jogadores irregulares. Na época, foi publicada uma charge no site da FPFTV na qual um tapete com os dizeres STJD caía na cabeça de um Leão. Na mesma questão o tribunal irá avaliar se houve negligência da FPF no envio dos documentos de registro dos atletas do clube de Paranaguá à CBF.
Quanto à fraude nos borderôs, a denúncia é sobre a divisão dos 5% da renda a que a FPF tem direito com um comissão criada pela própria entidade, que teria como objetivo burlar a penhora do INSS.
O dirigente afirma que continua tranqüilo. "Não tenho nenhuma preocupação. Me retirei por uma questão ética. Essas acusações são absurdas", afirma Moura.