Furacão denuncia Danilo por ato de racismo
O duelo no Palestra Itália terminou na delegacia. O Atlético denunciou o zagueiro palmeirense Danilo, ex-atleta do clube, por racismo. "Primeiro ele me chamou de macaco, depois, cuspiu na minha cara", revelou o zagueiro atleticano Manoel, que num primeiro momento aliviou a situação.
O lance ocorreu ainda na etapa inicial, durante uma cobrança de escanteio. As imagens da tevê mostram a cabeçada desferida pelo atleticano e a cusparada de Danilo como revide a agressão verbal teria saído nesse momento, mas não aparece no vídeo. No fim do jogo, Manoel deu o troco pisando em Danilo, que estava caído.
"O (goleiro) Marcos teria dito para o Manoel deixar quieto. Não podemos aceitar. Vamos denunciar o Danilo e ir até as últimas consequências. Ele terá de responder pelo crime de racismo na Justiça", afirmou o diretor de futebol Ocimar Bolicenho. O zagueiro do Palmeiras minimizou o fato alegando que "é lance de jogo, coisa que acontece no calor da partida". Diretor do Palmeiras, Savério Orlandi disse ter conversado com o jogador, que negou a ofensa.
O episódio aumentou o desgaste após uma noite que chateou o Atlético. "Ficamos triste com o resultado. Mas vamos pensar no Coritiba. Depois, temos condições de reverter em casa", disse Paulo Baier, desfalque para o jogo de volta por ter sido expulso. O cartão vermelho, aos 39/2.º, abrigou o Atlético a jogar no sacrifício. Rhodolfo, por exemplo, teve dores na coxa e teve de ser mantido em campo pelo técnico Leandro Niehues.
O treinador atleticano também atuou no limite. Ele superou um drama familiar, a morte na quarta-feira do filho recém-nascido, para comandar o time em São Paulo. Não conseguiu, porém, ver a sua equipe deslanchar fora de casa. Duas derrotas e um empate marcaram os três jogos sob o comando dele como visitante.
Palmeiras 1 X Atlético 0
Com quatro dias de atraso para o rival, o Atletiba começou para o Atlético ontem, às 21h20, ao apito final do duelo com o Palmeiras. A vitória esperada para embalar o time de vez para a rodada decisiva do Estadual não veio. Nem um resultado mais confortável para a definição da vaga à próxima fase da Copa do Brasil, semana que vem, na Arena. O Rubro-Negro trouxe de São Paulo uma derrota, por 1 a 0, e um desgaste extra para o clássico de domingo. "A derrota abate, mas lutamos muito para chegar nessa final e dependemos apenas de nós. Há o cansaço, mas vai haver superação", falou o técnico Leandro Niehues.
Após o foco exclusivo no Porco, a equipe treina hoje e amanhã para o duelo que deve apontar o campeão paranaense de 2010. Se o tempo é curto, ao menos o Furacão poderá contar com reforços importantes. Em campo e fora dele. Preservado para o Atletiba, o contundido Bruno Mineiro volta à equipe. Assim como Alex Mineiro, que após cinco meses deve reaparecer no banco de reservas.
A derrota de ontem ocorreu sob olhos espiões. Parte da preparação do Coritiba, iniciada na segunda-feira para o clássico, incluiu assistir pela tevê uma prévia do adversário. "É sempre bom acompanhar para sabermos o que pode ser feito. Algum detalhe importante", contou o zagueiro coxa-branca Jéci.
O que o arquirrival e a torcida atleticana viram foram dificuldades para a equipe criar pelas laterais. "O meio de campo estava muito embolado e tivemos de jogar pelos lados. Eles foram muito bem pela direita (sobre Márcio Azevedo)", comentou Netinho. Dessa forma, o time não conseguia levar perigo ao Verdão. Um problema agravado também pela ausência do nome do lateral-direito Lisa no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF e que será prolongada no clássico, pois o ex-atleta do Operário não pode enfrentar o Coritiba justamente por ter disputado o Estadual por outro clube.
O Atlético só chegou de forma mais incisiva em jogadas de bola parada, especialmente com Paulo Baier, que acabou expulso. Só no primeiro tempo foram nove escanteios a favor do Furacão, com quatro cobranças consecutivas. Mas nem o eficiente fundamento da equipe rubro-negra funcionou.
Já o gol palmeirense veio após uma boa troca de passe, com direito a um toque de calcanhar de Edinho para o arremate de Robert, aos 14 minutos. Um alívio diante da impaciente torcida alviverde e para o técnico Antônio Carlos, ameaçado de perder o emprego se tropeçasse no objetivo restante do clube no primeiro semestre.
Os paulistas agora podem até empatar na Arena na quarta-feira feriado de Tiradentes. O Atlético precisa de dois gols para se classificar sem precisar disputar a vaga nos pênaltis, o que ocorrerá em caso de triunfo por 1 a 0. Tudo isso, porém, só após o clássico.
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Veja a ficha técnica do jogo Palmeiras 1 x 0 Atlético:
Em São Paulo
Palmeiras
Marcos; Márcio Araújo, Danilo, Léo e Pablo Armero; Pierre, Edinho, Figueroa (Marquinhos) e Lincoln (Paulo Henrique); Diego Souza e Robert (Ewerton).
Técnico: Antônio Carlos.
Atlético
Neto; Manoel, Rhodolfo e Chico; Raul (Patrick), Valencia, Alan Bahia, Paulo Baier e Márcio Azevedo; Javier Toledo (Fransérgio) e Netinho (Marcelo).
Técnico: Leandro Niehues.
Estádio: Palestra Itália. Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (Fifa-RJ). Gol: Robert (P), aos 14/1º. Amarelos: Edinho, Robert e Lincoln (P); Alan Bahia e Chico (A). Vermelhos: Paulo Baier (A), aos 39/2º. Público: 20.269 pagantes.
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