• Carregando...
O atacante Robert, autor do único gol do jogo na vitória do Palmeiras, e o zagueiro Manoel, que acusou o ex-atleticano Danilo de cuspir em sua cara e chamá-lo de “macaco”: caso foi parar na delegacia | Marcos Bezerra/ Futura Press
O atacante Robert, autor do único gol do jogo na vitória do Palmeiras, e o zagueiro Manoel, que acusou o ex-atleticano Danilo de cuspir em sua cara e chamá-lo de “macaco”: caso foi parar na delegacia| Foto: Marcos Bezerra/ Futura Press

Furacão denuncia Danilo por ato de racismo

O duelo no Palestra Itália terminou na delegacia. O Atlético de­­nun­­ciou o zagueiro palmeirense Danilo, ex-atleta do clube, por ra­­cismo. "Pri­­meiro ele me chamou de ma­­caco, depois, cuspiu na mi­­nha ca­­ra", re­­velou o zagueiro atleticano Ma­­­noel, que num primeiro mo­­mento aliviou a situação.

O lance ocorreu ainda na etapa inicial, durante uma cobrança de escanteio. As imagens da tevê mostram a cabeçada desferida pelo atleticano e a cusparada de Danilo como revide – a agressão verbal teria saído nesse momento, mas não aparece no vídeo. No fim do jogo, Manoel deu o troco pisando em Danilo, que estava caído.

"O (goleiro) Marcos teria dito pa­­ra o Manoel deixar quieto. Não po­­demos aceitar. Vamos de­­nun­­ciar o Danilo e ir até as úl­­ti­­mas conse­­quên­­cias. Ele terá de responder pelo crime de racismo na Justiça", afirmou o diretor de futebol Oci­­mar Bolicenho. O zagueiro do Pal­­mei­­ras mini­­mi­­zou o fato alegando que "é lance de jogo, coisa que acon­­tece no ca­­lor da partida". Diretor do Palmeiras, Savério Orlandi disse ter conversado com o jogador, que negou a ofensa.

O episódio aumentou o desgaste após uma noite que chateou o Atlético. "Ficamos triste com o re­­sultado. Mas va­­mos pensar no Co­­ritiba. Depois, te­­mos con­­dições de reverter em casa", disse Paulo Baier, desfalque para o jogo de volta por ter sido expulso. O cartão vermelho, aos 39/2.º, abrigou o Atlé­­tico a jogar no sacrifício. Rho­­dolfo, por exemplo, teve do­­­­­res na co­­xa e teve de ser mantido em cam­­­po pelo técnico Leandro Nie­­­­hues.

O treinador atleticano também atuou no limite. Ele superou um drama familiar, a morte na quarta-feira do filho recém-nascido, para comandar o time em São Paulo. Não conseguiu, porém, ver a sua equipe deslanchar fora de casa. Duas derrotas e um empate marcaram os três jo­­gos sob o comando de­­le como visitante.

Palmeiras 1 X Atlético 0

Com quatro dias de atraso para o rival, o Atletiba começou para o Atlético ontem, às 21h20, ao apito final do duelo com o Palmeiras. A vitória esperada para embalar o time de vez para a rodada decisiva do Estadual não veio. Nem um resultado mais confortável para a definição da vaga à próxima fase da Copa do Brasil, semana que vem, na Arena. O Rubro-Negro trouxe de São Paulo uma derrota, por 1 a 0, e um desgaste extra para o clássico de domingo. "A derrota abate, mas lutamos muito para chegar nessa ‘final’ e dependemos apenas de nós. Há o cansaço, mas vai haver superação", falou o técnico Leandro Niehues.

Após o foco exclusivo no Porco, a equipe treina hoje e amanhã para o duelo que deve apontar o campeão paranaense de 2010. Se o tempo é curto, ao menos o Furacão poderá contar com reforços importantes. Em campo e fora dele. Preservado para o Atletiba, o contundido Bruno Mineiro volta à equipe. Assim como Alex Mineiro, que após cinco meses deve reaparecer no banco de reservas.

A derrota de ontem ocorreu sob olhos espiões. Parte da preparação do Coritiba, iniciada na segunda-feira para o clássico, incluiu assistir pela tevê uma prévia do adversário. "É sempre bom acompanhar para sabermos o que pode ser feito. Algum detalhe importante", contou o zagueiro coxa-branca Jéci.

O que o arquirrival e a torcida atleticana viram foram dificuldades para a equipe criar pelas laterais. "O meio de campo estava muito embolado e tivemos de jogar pelos lados. Eles foram muito bem pela direita (sobre Márcio Aze­­vedo)", comentou Netinho. Dessa forma, o time não conseguia levar perigo ao Verdão. Um problema agravado também pela ausência do nome do lateral-direito Lisa no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF e que será prolongada no clássico, pois o ex-atleta do Ope­­rário não pode enfrentar o Coritiba – justamente por ter disputado o Estadual por outro clube.

O Atlético só chegou de forma mais incisiva em jogadas de bola parada, especialmente com Paulo Baier, que acabou expulso. Só no primeiro tempo foram nove escanteios a favor do Furacão, com quatro cobranças consecutivas. Mas nem o eficiente fundamento da equipe rubro-negra funcionou.

Já o gol palmeirense veio após uma boa troca de passe, com direito a um toque de calcanhar de Edinho para o arremate de Robert, aos 14 minutos. Um alívio diante da impaciente torcida alviverde e para o técnico Antônio Car­­los, ameaçado de perder o em­­prego se tropeçasse no objetivo restante do clube no primeiro semestre.

Os paulistas agora podem até empatar na Arena na quarta-feira – feriado de Tiradentes. O Atlético precisa de dois gols para se classificar sem precisar disputar a vaga nos pênaltis, o que ocorrerá em caso de triunfo por 1 a 0. Tudo isso, porém, só após o clássico.

* * * * * *

Veja a ficha técnica do jogo Palmeiras 1 x 0 Atlético:

Em São Paulo

Palmeiras

Marcos; Márcio Araújo, Danilo, Léo e Pablo Armero; Pierre, Edinho, Figueroa (Marquinhos) e Lincoln (Paulo Henrique); Diego Souza e Robert (Ewerton).

Técnico: Antônio Carlos.

Atlético

Neto; Manoel, Rhodolfo e Chico; Raul (Patrick), Valencia, Alan Bahia, Paulo Baier e Márcio Azevedo; Javier Toledo (Fransérgio) e Netinho (Marcelo).

Técnico: Leandro Niehues.

Estádio: Palestra Itália. Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (Fifa-RJ). Gol: Robert (P), aos 14/1º. Amarelos: Edinho, Robert e Lincoln (P); Alan Bahia e Chico (A). Vermelhos: Paulo Baier (A), aos 39/2º. Público: 20.269 pagantes.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]