"Está horrível"
A seleção feminina deixou o estádio em Cardiff repetindo o pedido de apoio estrutural à modalidade no país. "Tem de ser um projeto a longo prazo, hoje o futebol feminino tem de começar do zero para tentar mudar alguma coisa para 2015 e 2016", disse a atacante Cristiane. "Se você olhar, nosso esporte, em geral, está horrível, olha nosso quadro de medalhas. Que apoio a gente tem?", falou. Marta, estrela da equipe, adotou um tom mais ameno. "A gente chegou a uma competição com todos os requisitos para desenvolver bem. E o que a gente cobra é que isso continue, talvez não para mim e para a Cristiane, mas para as meninas que sonham chegar à seleção."
O técnico da seleção de futebol feminino, Jorge Barcellos, classificou como trágica a eliminação das brasileiras nas quartas de final de Londres para o Japão (2 a 0), ontem, em Cardiff, no País de Gales.
As japonesas enfrentarão agora a França por uma vaga na final. EUA e Canadá fazem o outro duelo.
"É difícil falar da partida depois de perder assim, vendo nossa equipe criar tantas chances de gol e não marcar, e a outra jogando só atrás marcar dois gols. Isto é uma tragédia", disse o treinador ao término do jogo.
O Japão avançou às semifinais depois de vencer com gols de Yuki Ogimi (27/1.º), e de Shinobu Ohno (28/2.º). As brasileiras tiveram boas chances de gol, mas desperdiçaram ao pecar na pontaria.
"Estou chateado porque se tivéssemos feito os gols, este não teria sido o resultado final. A equipe que tem mais tempo de posse de bola nem sempre ganha. Criamos muitas oportunidades e acho que merecíamos um resultado melhor por isso", lamentou Barcellos.
Esta foi a pior campanha do Brasil no futebol feminino dos Jogos Olímpicos em cinco edições. "Com certeza estamos tristes porque queríamos chegar até a final e agora teremos de trabalhar muito durante os próximos quatro anos, antes do Rio de Janeiro, em 2016", afirmou o treinador.
"Queremos conquistar o título lá, porque nunca conseguimos antes. Lá seria perfeito", acrescentou Barcellos. A equipe contava com as paranaense Renata Costa (zagueira, Assaí) e Andrea Suntaque (goleira, Nova Cantu).
Com a queda, a atacante Marta, 26 anos, que já bateu o recorde de premiações como melhor atleta do ano no futebol, amarga mais um fracasso com a camisa amarela. Ela continua sem levantar um troféu de expressão com o Brasil.
A jogadora fez apenas dois gols nesta Olimpíada e ficou à sombra de Cristiane, que também marcou dois, mas virou a maior artilheira dos Jogos Olímpicos com 12 gols. Na derrota de ontem, Marta acertou apenas dois chutes no gol.
A estrela evitou falar após a eliminação de ontem. Barcellos também não comentou a atuação apagada da sua craque. Preferiu reforçar os erros coletivos. "Mudamos a tática porque não queríamos que o Japão jogasse atrás. Nunca vimos a goleira do Japão dar tantos passes longos. Vai ter problemas nas próximas partidas. Damos os parabéns ao Japão, mas o futebol que apresentaram não merecia a vitória", declarou.
As nipônicas esperam ganhar o ouro para homenagear as vítimas do tsunami que atingiu o país em 2011. "Se continuarem jogando como fizeram hoje, não são favoritas", previu o comandante brasileiro, abalado.
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