Esportes de inverno
Público se inclina para os "exóticos"
Bobsled, skeleton, luge, curling, esqui, hóquei no gelo e patinação artística... Alguns desses até são conhecidos, outros são apenas palavras estranhas. A explicação é simples: se tratam de esportes de inverno e isso definitivamente não combina com o Brasil.
Mesmo assim, são modalidades que contam com atenção crescente, sendo inclusive apontadas como as que mais geram interesse dos brasileiros, de acordo com pesquisa da Deloitte Touche Tohmatsu, bem à frente de outros esportes.
Se quase não existe neve por aqui, não tem problema, principalmente para o hóquei no gelo. Apesar de estar restrito a poucos praticantes, a busca pelo esporte tem crescido bastante. Porém, assim como qualquer outro esporte pouco difundido, as condições ainda beiram a precariedade.
"A procura é bem grande, mas o problema é que treinamos em quadras adaptadas e móveis. Estamos tentando desenvolver o esporte, mas falta estrutura", aponta o técnico da seleção brasileira de hóquei, Alexandre Capelle.
Mesmo com dificuldades, quem está envolvido com a modalidade no Brasil não desiste e espera ver o "futebol do gelo" em evolução constante. "Quem ama o esporte tenta fazer alguma coisa para melhorar. Estamos tentando", garante.
Para ele, não é surpresa que as pessoas queiram praticar as modalidades geladas. "O pessoal quer ver coisa nova. São esportes bem emocionantes e tem também a curiosidade que geram", conclui Capelle, indicando a transmissão pela tevê de competições no gelo como o principal ponto de entrada para que a população busque os esportes de inverno.
A final da Copa do Mundo de Rúgbi, na Nova Zelândia, está marcada para 23 de outubro. Uma informação irrelevante para os brasileiros. Quase desprezível até. Pelo jeito, não por muito tempo.
Pesquisa da Deloitte Touche Tohmatsu empresa de consultoria e auditoria com sede no Reino Unido e escritório no Brasil aponta que o esporte é desconhecido hoje, porém será amplamente difundido e praticado em um futuro próximo no país.
Apesar de ser a modalidade menos conhecida pela população, o rúgbi é creditado pelos mesmos entrevistados como o que mais deve crescer nos próximos anos.
Esse futuro promissor se explica por duas situações recentes. A primeira delas é uma campanha publicitária da Topper, marca de material esportivo, que colocou, de forma bem-humorada, o jogo como algo que "ainda vai ser grande no Brasil". Ao lado disso, a reentrada como esporte olímpico em 2016, justamente no Brasil o rúgbi está fora do ciclo olímpico desde 1924, em Paris.
"Tudo isso trouxe um grande interesse da mídia e dos setores privado e público para o esporte. E a população está enxergando isso", aponta o gerente de marketing e de torneios da Confederação Brasileira de Rúgbi (CBRu), Carlos Eduardo Davoli.
Apesar do avanço, Davoli acredita que é preciso fazer muito mais. "Elas não vão atrás do esporte, é preciso levar até a casa delas e apresentar para crianças e adolescentes. O televisionamento também vai ajudar a popularizar", diz.
A pesquisa também mostra que os principais atributos associados ao rúgbi são força, agressividade, agilidade e brutalidade. Fatores que à primeira vista assustam, mas que são fundamentais para atrair novos praticantes.
"O jovem gosta disso, acha desafiador e sente falta de contato físico. Dá uma sensação boa e o rúgbi acaba proporcionando isso. Sem contar que é um esporte democrático. Não importa se é gordo ou magro, pode ter destaque do mesmo jeito", comenta o secretário-geral do Unibrasil/Curitiba Rugby Clube, Juarez Villela Filho.
A modalidade é centrada principalmente em São Paulo, mas o avanço já é percebido a olhos vistos também no Paraná. Inimaginável há menos de dez anos, o estado tem competições que contemplam primeira e segunda divisão.
A capital é onde residem mais praticantes. "Curitiba se tornou uma metrópole, com bastante estrangeiros e colônias francesa e argentina razoavelmente grandes [países com tradição no esporte]. Os estrangeiros e os filhos procuram o rúgbi porque já conhecem, e com isso vão puxando outros jovens daqui", explicou Villela.
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