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Observado por Ronaldinho Gaúcho, Messi carrega a bola no clássico com o Brasil, em Doha: meia passou boa parte do jogo escondido, mas apareceu na hora certa para definir o confronto com um golaço | Karim Jaafar/ AFP
Observado por Ronaldinho Gaúcho, Messi carrega a bola no clássico com o Brasil, em Doha: meia passou boa parte do jogo escondido, mas apareceu na hora certa para definir o confronto com um golaço| Foto: Karim Jaafar/ AFP

Brasil 0x1 Argentina

Doha

Estádio: Khalifa International. Árbitro: Abdala Balideh (Catar). Gol: Messi aos 46/2º. Cartão amarelo: Mascherano (A).

Brasil: Victor; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e André Santos; Lucas, Ramires (Jucilei), Elias e Ronaldinho Gaúcho (Douglas); Neymar (André) e Robinho.Técnico: Mano Menezes.

Argentina: Romero; Zanetti, Burdisso, Pareja e Heinze; Mascherano, Banega, Di María e Pastore (D’Alessandro); Messi e Higuaín (Lavezzi).Técnico: Sergio Batista.

O jogo

Com a movimentação de Ronaldinho Gaúcho, Robinho e Neymar no ataque, a seleção brasileira dominou o primeiro tempo. Mas sofreu com a ausência de um centroavante para concluir as jogadas. A segunda etapa foi mais truncada e as chances de gol diminuíram. Mas não se pode descuidar de Messi. Aos 46 minutos, após o Brasil perder a bola no meio de campo, ele passou por três defensores e tocou no contrapé do goleiro Victor para definir o resultado.

Opinião

Os colunistas da Gazeta do Povo avaliaram a atuação do Brasil contra a Argentina. Acompanhe:

Tiago Recchia

"Parecia que ia ser um jogo melhor, mas no segundo tempo caiu muito. O Robinho foi uma decepção; o Ronaldinho é só uma presença forte em termos de história. O meio de campo foi inoperante, sem saída de bola, tanto que ali é que se perdeu a bola para o gol do Messi. E as alterações foram equivocadas."

Dionísio Filho

"O Dunga foi muito criticado por jo­­gar com três volantes, mas o Mano jogou com três e não colocou um atacante. Sem o Pato, tinha de co­­locar o André desde o início. O Ro­­naldinho já era; Robinho tam­­bém foi mal. A seleção só conse­­guiu algumas jogadas individual­­mente. Ainda vejo Lúcio e Juan na seleção."

Linhares Júnior

"Valeu pela volta do Ronaldinho. Longe de ser aquele Ronaldinho, mas é um cara que vai ter mais oportuni­­dades com o Mano. Já o Robinho cada vez mais mostra que não dá. E foi a seleção que deu para montar, com um meio de campo de Série B. O Mano está promovendo uma reno­­vação, está no caminho certo e as derrotas fazem parte."

Doha - No primeiro grande teste após assumir a seleção brasileira, Mano Menezes comandou um time su­­perior à Argentina na maior parte do jogo de ontem, mas viu o craque Messi decidir nos acréscimos. Foi o primeiro gol dele contra o Bra­­sil, acabando com um jejum de vitórias dos hermanos no confronto – que já durava mais de cinco anos – e com a invencibilidade de Mano. Após a derrota por 1 a 0, a principal preocupação do treinador é não deixar que o revés acarrete desconfianças ao trabalho.

"Temos de analisar pelo todo. O time teve boa postura, o empate se­­ria mais justo", disse Mano, que an­­teriormente havia vencido Estados Unidos (2 a 0), Irã (3 a 0) e Ucrânia (2 a 0).

O técnico lembrou que o elenco é jovem. "E no momento isso implica alguns riscos, mas no fu­­tu­­ro trará benefícios", avaliou, aprovando o desempenho em Do­­ha. "O adversário chegou uma ou duas vezes ao nosso gol nos últimos 45 minutos; nós estivemos mais próximos."

Seu diagnóstico para a derrota foi a desatenção no fim, quando Messi fez um belo gol aos 46 minutos. "Talvez tenha faltado aquela experiência. Não se toma um gol nessa hora, quando as equipes es­­ta­­vam já levando o jogo para o fi­­nal, sem maior interesse."

Os jogadores também lamentaram. "A bola estava no nosso pé, perdemos e tomamos o gol. Serve de aprendizado", disse o zagueiro David Luiz, sobre o momento no qual o meia Douglas – que substituiu Ronaldinho Gaúcho – foi desarmado antes de Messi vencer a defesa. "As duas seleções jogaram para a frente. Em um descuido no final, tomamos o gol", acrescentou Robinho.

Mano reconheceu também a ineficiência na hora de aproveitar as chances de gol. "Erramos no úl­­timo momento, faltou qualidade no instante final e esses jogadores têm essa qualidade. Eles têm de man­­ter a calma", afirmou.

De volta à seleção após mais de 19 meses, Ronaldinho Gaúcho foi bem avaliado. "Fez um bom jogo, assumiu a responsabilidade de criar a maioria das jogadas. Foi substituído [aos 27/2.º] por causa do desgaste físico e não por eu es­­tar insatisfeito", contou o treinador, deixando claro ter gostado do desempenho do meia e principalmente do interesse mostrado em campo. Assim, o astro parece ter garantido novas convocações.

Com a entrada de Ronaldinho e a ausência de Alexandre Pato, con­­­­tundido, Mano mudou o es­­que­­ma. "Eu vinha optando por três jogadores mais à frente e três mais atrás. Isso aumenta nossa força ofensiva, mas nos expõe mais. Contra a Argentina, decidi ter quatro no meio e apenas dois avançados", explicou.

Apesar do resultado desfavorável, o técnico manteve-se sereno. Re­­petiu que o saldo do período de for­­mação do grupo é positivo, me­­nos pelos resultados e mais pelo ama­­­­durecimento da equipe. "Uma derrota sempre nos deixa tristes, mas entendemos a maneira como aconteceu. Va­­mos saber interpretá-la e avançar para a fase seguinte do tra­­balho", prometeu.

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