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Aramis Tissot, vice-presidente, Aquilino Romani, presidente, e Benedito Barbosa, presidente do Conselho Deliberativo, fazem apelo à torcida paranista | Marcelo Elias/ Gazeta do Povo
Aramis Tissot, vice-presidente, Aquilino Romani, presidente, e Benedito Barbosa, presidente do Conselho Deliberativo, fazem apelo à torcida paranista| Foto: Marcelo Elias/ Gazeta do Povo

Trajetória

Rebaixamento deu início aos problemas

Desde a queda para a Segunda Divisão, em 2007, o Paraná tem sido atormentado por graves dificuldades financeiras. Especialmente a partir do segundo semestre do ano passado, ao ponto de, por dua vezes, a Vila Capanema ser sacudida por greves de jogadores. Atrasos de salários viraram tema comum.

Em novembro, durante a disputa da Série B, os atletas anunciaram uma paralisação em virtude do atraso de salários. Ameaça que acabou não se confirmando com a quitação pela diretoria de parte das dívidas. Neste ano, em março, foi diferente. Os jogadores não treinaram em um período como forma de protesto.

"Com R$ 95 mil de [verba de] televisão e com R$ 100 mil de sócio-torcedor não se vai a lugar nenhum. É muito complicado administrar o clube dessa maneira", afirmou Aquilino Romani, presidente do clube, na entrevista coletiva concedida ontem à tarde.

Apesar de tantos problemas, o dirigente se mantém otimista. "Acredito que temos de fazer todo o esforço possível para tentarmos subir para a Primeira Divisão neste ano. Aí sim, caso tenhamos sucesso, as coisas vão melhorar".

Diante das dificuldades financeiras, e considerando o declínio técnico da equipe no retorno da Série B após a Copa do Mundo, o Paraná resolveu apelar ao torcedor. Em entrevista coletiva ontem à tarde, na Vila Capanema, a diretoria anunciou um aumento no preço do ingresso, em um pacote para ajudar o clube a sair da crise.

O torcedor que quiser ir aos dois próximos jogos – contra o Náutico (31/7) e o clássico com o Coritiba (7/8) – pagará R$ 100 e R$ 150 pelas duas entradas. O menor preço é válido para os lugares na curva norte e na reta do relógio, enquanto o mais caro é para a arquibancada social, as cadeiras e os camarotes do Durival Britto.

"Não é uma promoção. É uma ajuda", afirmou o presidente Aquili­­no Romani, que esteve ao lado do vice-presidente Aramis Tissot, do diretor de futebol Guto de Mello e do presidente do Con­­selho Deliberativo Benedito Barbosa no encontro de ontem.

A carga emergencial terá 6 mil ingressos, sendo 2.500 do primeiro tipo e 3.500 do segundo – a venda inicia hoje, ao meio-dia, na Vila Capanema e na sede da Av. Kennedy. O torcedor que preferir pagar os preços normais poderá fazê-lo – aos valores de R$ 30 (curva), R$ 40 (reta do relógio), R$ 50 (arquibancada social) e R$ 60 (cadeiras) –, o que dá à medida anunciada ontem um caráter totalmente solidário. Os sócios poderão entrar no estádio normalmente, sem arcar com nenhum valor a mais do que a mensalidade.

"Todas as alternativas possíveis nós corremos atrás. Com a parada para a Copa do Mundo, tivemos 40 dias sem receita nenhuma. Alguns negócios em andamento evoluíram muito pouco", revelou Romani, sobre os motivos que provocaram tal medida.

Caso o Paraná consiga negociar todo o pacote, R$ 775 mil entrarão no cofre. O suficiente para quitar boa parte da dívida com os atletas, que gira em torno de R$ 1 milhão. "Se nosso torcedor nos ajudar, vamos colocar 90%, 100% das nossas contas em dia e vamos dormir melhor", declarou o presidente.

Nas cinco partidas que disputou em seu campo, o Tricolor teve média de público (total) de 3.459 pessoas. Arrecadou R$ 337.585, com média de R$ 65.517 por jogo. Ou seja, não será fácil encher o Durival Britto para os dois compromissos que virão. "Contamos com o apoio de toda a torcida, daqueles que gostam do Paraná. Nós precisamos –e muito – de vocês", clamou Tissot.

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