Se fosse um desenho animado o técnico Ricardinho, muito provavelmente, teria uma nuvem negra trovejando sobre a sua cabeça. Sem vencer há três jogos, o momento do Paraná na Série B, que já não era dos melhores, ficou ainda mais complicado.
Hoje em 11.º lugar e estacionado nos 26 pontos, a oito do G4 , o Tricolor inicia a difícil caminhada no segundo turno da competição, diante do Guarani, em Campinas, a partir das 19h30. Para manter viva a esperança de voltar à elite, a equipe terá de somar 42 pontos em 19 jogos (73% de aproveitamento, idêntico ao do vice-líder Criciúma), tomando como base o desempenho do São Caetano, atual 4.º colocado. O rendimento paranista, até agora, foi de 46,5%. Se perder no Brinco de Ouro, o Paraná é ultrapassado pelo Guarani, 13.º, com 24 pontos.
"A gente espera esquecer os três jogos que passaram. Não contávamos com o empate [com o ASA-AL] e as duas derrotas [para Ipatinga e Atlético]. Mas agora é segundo turno, é um novo campeonato", comentou o lateral Wendell Borges. "A bronca veio, mas o Ricardinho gosta de conversar, passou confiança", acrescentou o zagueiro Alex Alves. "Agora é vida nova, o clássico já passou. Estamos com a cabeça totalmente focada no segundo turno."
Contra o Bugre, entretanto, a lista de desafios que o Paraná precisa superar para se aproximar do G4 ganhou mais três "itens". Além da crônica dificuldade em atuar como visitante (o Paraná só ganhou uma jogando longe de Curitiba), os volantes Zé Luís e Ricardo Conceição, e o atacante Nilson todos vetados pelo departamento médico farão companhia a Lúcio Flávio, Fernandinho e Arthur, suspensos pelo terceiro cartão amarelo, no grupo de desfalques.
Com o meio de campo completamente desfigurado, a estratégia adotada por Ricardinho foi o mistério. Ontem, a imprensa não teve acesso ao treino vespertino quando a entrada foi liberada, praticamente todos os atletas já haviam deixado o gramado da Vila Olímpica. Questionados, os jogadores não deram pistas da provável equipe titular. "A gente tem de manter o segredo", despistou Alex Alves, meio sorrindo, meio sem jeito.
Uma das possíveis novidades para preencher a "cratera" na meia cancha é o retorno de Douglas Packer, que, depois de muita burocracia, teve sua situação regularizada na semana passada. "A minha motivação é muito grande, fiquei quase dois meses parado, mas continuei treinando com o elenco, não desliguei em nenhum momento", destacou. "O Guarani é um concorrente direto agora, então, só a vitória interessa", observou o meia.