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Porta de entrada do Estádio Pinheirão: negociação da área irá permitir à Federação Paranaense de Futebol quitar suas dívidas, estimadas em R$ 50 milhões | Marcelo Elias/ Gazeta do Povo
Porta de entrada do Estádio Pinheirão: negociação da área irá permitir à Federação Paranaense de Futebol quitar suas dívidas, estimadas em R$ 50 milhões| Foto: Marcelo Elias/ Gazeta do Povo

Construtoras

Enquanto a aprovação da venda do Pinheirão não se confirma, o projeto para o complexo imobiliário no terreno do Tarumã vai se desenrolando nos bastidores. Representantes do grupo investidor estiveram reunidos nesta semana com a construtora OAS, a mesma que se ofereceu para concluir a Arena da Baixada, do Atlético, visando à Copa do Mundo. Anteriormente, a OAS já se mostrou interessada em participar do plano para o terreno do Pinheirão. Um encontro com a construtora C.R. Almeida também deve ocorrer nos próximos dias. Até o momento, não há acordo com nenhuma empresa.

Um passo importante para a venda do Pinheirão será dado hoje. Em assembleia-geral da Federação Paranaense de Futebol (FPF), marcada para a sede do Trieste, em Santa Felicidade, os clubes e as ligas filiados à entidade dirão o "sim" que falta para embalar o plano de negociação do estádio.

A disposição pela concordância conta com Atlético, Coritiba e Paraná. Entretanto, o voto do trio tem peso idêntico ao de qualquer outro filiado – mais de 100 "alvarás" estão listados para o pleito. Assim, a aprovação dos demais já foi costurada pelo presidente da FPF, Hélio Cury.

Na segunda-feira, ele reuniu-se com as ligas, na sede da Avenida Victor Ferreira do Amaral. Ontem, com os clubes amadores. Fechou assim o núcleo duro do colégio eleitoral. Considerando ainda que, na atual administração, as votações seguem os desejos da presidência, fica claro o destino da praça esportiva.

Entre os grandes, também não há senões. Os atleticanos, por exemplo, têm interesse em um possível negócio, como credor de R$ 15 milhões perante a FPF. A dívida é fruto do rompimento contratual para o uso do estádio, sem as contrapartidas financeiras oferecidas pela entidade ao clube.

O Coxa também antecipa o vo­­to favorável – especialmente na con­­dição de integrante do projeto que pretende erguer um complexo imobiliário no local, com uma nova arena, condomínio residencial, shopping e hotel. Um grupo investidor planeja gastar cerca de R$ 1 bilhão no empreendimento.

"O Coritiba vai lá ver a assembleia e ouvir. Dependendo do que for apresentado, se for bom para a Federação e interessante para o futebol paranaense, seremos a favor", declara Vilson Ribeiro de Andrade, mandatário alviverde.

O Tricolor, por sua vez, é abertamente a favor. "O Pinheirão não está sendo usado por ninguém. O que for feito, o Paraná aceita sem impor qualquer tipo de restrição", afirma Aramis Tissot, presidente em exercício paranista. O dirigente vai além: "Se nós pudéssemos fazer uma parceria com o Coritiba para construir um estádio lá, colocando a Vila como moeda de troca, seria interessante".

Todo o processo tem o amplo aval da prefeitura, envolvida no processo como doadora de parte da área do Tarumã, em 1969. E a posição oficial do poder público, através de sua assessoria de imprensa, é de que a "decisão cabe à FPF".

Segundo a reportagem apurou, o prefeito Luciano Ducci (PSB) co­nhe­­ce o projeto e vê com bons olhos a oportunidade de revitalização da área. Caso pretendesse, poderia barrar uma negociação, apoiada na Lei 3.583/69, que prevê a "impenhorabilidade e a inalienabilidade" do lote.

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