O bloquinho de anotações do jogo do bicho na Toca do SEricó aponta para uma euforia na cidade de Paranaguá: cerca de 80% das apostas de ontem foram no Leão. E na cabeça.
Sericó é o torcedor símbolo do Rio Branco. A Toca, um boteco incravado no Estádio Nelson Medrado Dias, que ontem mais parecia uma estufa. E a concentração das apostas no animal mais temido das selvas com certeza não é resultado de uma coincidência de sonhos na cidade litorânea, mas sim da inédita classificação do Leão da Estradinha à próxima fase da Copa do Brasil.
Na quarta-feira, ao derrotar o Avaí por 1 a 0, em Florianópolis, o Rio Branco se colocou entre as 32 equipes que seguem no campeonato mais importante do primeiro semestre brasileiro. Na primeira partida do mata-mata, jogando em casa, havia apenas empatado por 1 a 1, o que fez da classificação algo tão heróico para seus torcedores que tem gente sonhando até com o título.
Sericó é um desses torcedores. No alto de seus quase 61 anos, sabe que, dentro de campo, tudo é possível.
"É difícil, mas não é impossível. São onze contra onze", afirma. "E estamos no melhor momento de nossa história", lembra o dono da venda, que só lamenta a próxima partida da competição, contra o Villa Nova-MG, ter de ser no Gigante do Itiberê, pois será à noite nessa hora, certamente a Toca deverá estar fechada.
Mas a euforia não está localizada apenas à margem da Estradinha. Dentro do estádio, só sorrisos. Nem o calor infernal, ou então o reflexo do cansaço da viagem de volta de Santa Catarina, mudou o semblante do técnico Saulo de Freitas e dos jogadores. Para eles, o gol marcado aos 38 minutos do segundo tempo é ainda mais importante do que para a torcida. É chance de mais usufruir de mais um round na mídia nacional. A vitrine, como todos gostam de dizer.
Praticamente metade do grupo do Rio Branco é fruto da parceria com a empresa SM Sports, de propriedade do presidente do Iraty, Sérgio Malucelli. O acordo foi necessário para que o clube reduzisse a folha de pagamento não mais de R$ 40 mil por mês e assim conseguisse sobreviver bem aos gastos por disputar dois campeonatos.
No elenco, apenas dois jogadores têm mais de 25 anos. A média do grupo, estima o técnico Saulo, não ultrapassa os 23. Por isso, o treinador não consegue esconder o orgulho pelo resultado obtido até aqui.
"Sempre pus na cabeça do pessoal que tem de pensar grande. Hoje o futebol está muito nivelado e fora São Paulo, Cruzeiro e Inter, que têm jogadores de reposição, o resto dá para enfrentar de igual para igual", diz Saulo, que lembra os exemplos de Santo André e Paulista, para dizer que seu time tem, sim, chance de ser o campeão da Copa do Brasil.
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