Devassa na conta do TJD

• 0

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) vai pedir a quebra do sigilo fiscal da conta aberta pelo presidente Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-PR), Bortolo Escorsim, para receber as multas e taxas do órgão. Rastrear o destino do dinheiro recebido irregularmente pela entidade é o meio de descobrir se as verbas foram realmente utilizadas para a manutenção do Tribunal, como vem informando o dirigente.

"A irregularidade existe, porque ele não poderia ter aberto uma conta no seu nome para receber as multas. Mas isso não significa que haja má-fé", comentou o chefe da procuradoria do STJD, Paulo Schmitt. Por isso a devassa na conta é considerada fundamental na apuração do caso.

Notificado pelo STJD, Escorsim terá de se explicar até sábado. Antes de isso acontecer, nenhuma atitude será tomada contra o jurista paranaense. "Vamos primeiro analisar os fatos para decidir o que fazer", explicou Schmitt, que descartou uma intervenção no Tribunal estadual. Ele, porém, reforçou a instauração de um inquérito do próprio STJD.

"O Escorsim disse que o pleno do Tribunal sabia o que estava ocorrendo. E niniguém fez nada. Para garantir a idoneidade da investigação e evitar qualquer suspeita, o caso deve ser analisado pelo STJD", complementou.

A origem do problema foi a penhora das contas da Federação Paranaense de Futebol (FPF), inclusive a que era movimentada pelo TJD. Por ações trabalhistas e cíveis, tuda que era depositado ficava bloqueado. Para manter a "casa" funcionando, Bortolo optou por abrir uma conta com seu CPF.

Segundo o diretor financeiro da Federação, Cirus Itiberê, a conta corrente já está em ordem e poderia ser usada, apesar de admitir que "volta e meia há algum problema de penhora". Já Escorsim afirmou que se estivesse usando a conta oficial, já estaria "com o dinheiro penhorado novamente". Para finalizar, sugeriu: "Tente comprar um telefone no nome da Federação e você vai ver".