Rio (AE) – Os irmãos de ouro da ginástica artística brasileira, Daniele e Diego Hypólito, estão de malas prontas para deixar o Flamengo. Apesar de jurar amor ao clube que o revelou, o atleta foi ontem ao Rio de Janeiro para conversar sobre as três propostas que recebeu para deixar a agremiação, acompanhado por seu técnico Renato Araújo. Em uma delas, ele pode levar, inclusive, a sua irmã.

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Diego foi claro em sua reivindicação ao Flamengo: quer ganhar salário. Para fundamentar seu pedido, o atleta recorreu ao histórico de cinco medalhas de ouro nos exercícios de solo, obtidas em etapas da Copa do Mundo, além da recente e mais representativa conquista, o Campeonato Mundial, no mesmo aparelho, há uma semana, em Melbourne, na Austrália.

"Reconheço a situação difícil do Flamengo. Agora, é mais do que justo ganhar salário e eu quero receber. Tenho 11 anos no clube e preciso aproveitar o meu momento", cobrou Diego, lembrando que, no início de 2005, os dirigentes rubro-negros já haviam prometido remunerá-lo até o término da temporada. Só que o acordo não foi cumprido. "Se eu não fizer meu pé-de-meia agora, não sei o que vai acontecer no futuro".

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O principal ginasta do país deu um prazo até o início de janeiro para o Rubro-Negro tentar viabilizar um patrocínio para custear seus salários. Mas o principal problema é o de que, aparentemente, o Flamengo não está fazendo questão de contar com Diego.

De acordo com o vice-presidente do clube, Bruno Lourenço, é "uma situação desinteressante" ter um atleta, como Diego, treinando com a seleção permanente, no Centro Olímpico de Curitiba, sem poder explorar a sua imagem. Apesar da afirmação, o dirigente assegurou que fará "o possível" para ficar com o ginasta.

E, para ter Diego o time carioca pode ser preparar para pagá-lo o mínimo de R$ 10 mil mensais. Esse foi o valor citado pelo ginasta ao lembrar que sua irmã recebia este montante quando estava em sua melhor fase. Atualmente, Daniele não é remunerada pelo clube.

A indicação de que Diego não deverá permanecer no Flamengo foi dada pelo seu treinador, Renato Araújo. "A proposta é boa. Já até conversei com a minha família e com a família dele (Diego)".

Outro indício da saída foi a recusa de Diego em vestir a camisa do Flamengo, optando por segurá-la, durante o desfile pelas ruas do Rio, em carro aberto do Corpo de Bombeiros – abortado no meio por causa da chuva – preferindo permanecer com a blusa de seu patrocinador.

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