Em setembro as velocistas Terezinha Guilhermina, Jerusa Santos e Jhulia Karol fizeram história ao conquistar, respectivamente, o ouro, a prata e o bronze na prova dos 100 metros rasos T11, para corredoras completamente cegas, nos Jogos Paralímpicos de Londres. No último evento da temporada, a Etapa Nacional do Circuito Loterias Caixa, disputada em dezembro, em Fortaleza, elas deixaram claro que também vão querer brigar por medalhas em 2016, no Rio de Janeiro.
"É uma honra ter a Jhulia e a Jerusa na mesma prova que eu. As melhores do mundo disputando dentro do meu país obriga a correr forte. Creio que todo investimento feito deu certo e todas correram bem lá. Somos três atletas com bom patrocínio e isso foi importante", explicou Terezinha Guilhermina, 34 anos, a medalhista de ouro.
Em 2016, a mineira de Betim terá 38 anos, mas não se preocupa muito com os efeitos da idade. "Como já corri dos 100 à meia maratona, tenho uma condição física privilegiada. Raramente me machuco e me conheço bastante. Se depender de mim, vou chegar em alto nível e fazer uma festa mais bonita que em Londres. Estaremos em casa e a gente merece", discursou Terezinha.
Quatro anos mais jovem, a medalhista de prata, Jerusa Santos, também promete chegar forte no Rio de Janeiro. "Foi bem interessante em Londres. Pódio triplo foi a primeira vez que aconteceu. Tenho 30 anos e dá para chegar lá", afirmou a acreana radicada em Presidente Prudente.
A caçula da turma das corredoras é Jhulia Karol, de 21 anos. A amazonense radicada no Rio de Janeiro é tida como atleta com chances de evolução para os próximos anos e tende a puxar a nova geração. "Somos três. Fazemos de tudo para ter melhor marca e isso é bem legal. Acredito que pessoas vão se espelhar na gente. A partir do ano que vem, meu foco é o Rio 2016", explicou Jhulia.
O exemplo que as três podem dar às meninas que estão começando é mensurado por Terezinha, a mais experiente, que virou referência até para estrangeiras. "Eu não sou eterna e nem tenho a pretensão de ser. Para mim, é um privilégio e um sonho. Estive na Paralimpíada Escolar e meninas queriam dançar igual eu. As que viam pouco perguntavam o que usava no cabelo. No México, meninas jovens de lá invadiram a pista no fim da prova para tirar foto comigo. Em Londres, outras atletas diziam que queriam ser igual a mim. Dei de presente uma venda minha para uma atleta grega e outra para uma angolana", contou a campeã paralímpica.
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