Ao transferir a partida contra o Internacional (3/11) para Cascavel em troca de uma cota de R$ 200 mil mais todas as despesas pagas , o Paraná estará abrindo mão de um importante aliado na briga por uma vaga na Libertadores: o Pinheirão.
O Tricolor possui o segundo melhor retrospecto dentre os atuais dez melhores times do Brasileiro (adversários diretos) quando analisados apenas os jogos dentro de casa, desconsiderando-se assim as quatro partidas em Maringá. Em 12 partidas no estádio da FPF, a equipe conquistou oito vitórias, três empates e perdeu apenas uma vez 2 a 0 para o Goiás, em sua estréia no Nacional , o que representa um aproveitamento de 75%. Apenas o Palmeiras, no Parque Antártica, possui retrospecto melhor (80%).
Dos ponteiros da tabela, o Goiás é outro time que sabe usar a força das arquibancadas. No Serra Dourada, os comandados de Geninho também conquistaram 75% dos pontos possíveis. Na seqüência aparecem Corinthians (64%), Santos (62%), Internacional (60%) e Fluminense (57%).
Os jogadores admitem sem ressalvas que o Pinheirão exerce fundamental papel na ótima campanha do Tricolor até aqui na competição quinto colocado com 51 pontos. No que dependesse exclusivamente deles, o Paraná abandonaria a "vida cigana".
"É lógico que a gente preferia jogar sempre no Pinheirão, é a nossa casa. Mas como não depende só da nossa vontade...", afirmou o meia Sandro, autor do milésimo gol do Brasileiro 2005.
A diretoria paranista alega que somente com a venda desses jogos o clube conseguirá fechar a temporada com as contas em ordem. O duelo contra o Colorado será a décima partida negociada pelo Tricolor somente neste campeonato. Foram cinco jogos vendidos para a Nestlé (aproximadamente R$ 375 mil) e quatro para a empresa Gallo, de Maringá (R$ 600 mil). "Os jogadores estão com os salários e as premiações em dia. Quando chega o fim do mês, o clube precisa, de alguma maneira, ter os recursos para arcar com todas as despesas", explicou o vice-presidente José Domingos.