Diretor do Iraty admite ligação com Vanderlei Luxemburgo

• 0

Mesmo sem jamais ter treinado a equipe do Iraty, o técnico Vanderlei Luxemburgo, do Santos, é responsável por boas negociações para o clube paranaense. O motivo é simples: a quantidade de jogadores que pertenceram (ou pertencem) ao clube paranaense contratados por times em que o técnico trabalhou.

A começar por Arinélson (no Santos, em 1997) e passando por Itamar (Palmeiras), Márcio Nobre (Cruzeiro) e, é claro, a dezena de jogadores com vínculo ao Iraty levados para o Santos no período 2004 e 2006-2007.

A informação recorrente em Iraty é que Luxemburgo tem ligações comerciais com Sérgio Malucelli, presidente do Iraty, e com o empresário Juan Figger, que tem jogadores vinculados ao clube paranaense. Na verdade, Luxa, Malucelli e Figger já foram sócios em um bar e empresa de isotônicos. Hoje não possuem qualquer relação comercial. Pelo menos nada oficial.

- O Vanderlei, quando vê um jogador bom aqui, quer levar. É normal. Colocamos os jogadores no Santos de graça. Para nós interessa porque é uma vitrine para nós depois colocarmos o atleta na Europa - afirma Geraldo Campanholi, diretor de futebol do Iraty, admitindo que o Peixe é barriga de aluguel, termo utilizado pelo próprio Luxemburgo para definir a situação atual dos clubes brasileiros, que, na sua visão, se tornaram reféns de empresários.

Em Iraty, há até uma associação de torcedores santistas. Chama-se Astosa. Tem estatuto e mais de 100 associados, de acordo com seu presidente, Amâncio Medeiros. Tosador de ovelhas, ele reúne os torcedores nos fundos de sua casa para assistir aos jogos do Peixe.

Ele também é especialista em borrego (carneiro) no rolete, tanto que viaja o país preparando a iguaria em eventos. Já cozinhou até para Luxa, em festa de aniversário do técnico, em São Paulo.

- O Iraty depende muito do Vanderlei porque ele leva os jogadores do Malucelli e do senhor Figger. Eles ajudam o Iraty porque, senão, o time dá prejuízo - afirma Medeiros, orgulhoso da condição de santista e por ter preparado borrego para o treinador que considera o melhor do Brasil.