Culpa de cada um
Veja o que cada segmento do clube errou durante a temporada:
Diretoria
Ao focar as atenções em tentar acertar a parte financeira do clube, o futebol acabou esquecido no início da temporada. O time montado para o Estadual, repleto de jogadores com baixa qualidade técnica, protagonizou o pior início de campeonato da história do Paraná. Agora, o Tricolor passa a vergonha de ter que lutar para não cair no Paranaense. Além disso, apesar da situação caótica, o primeiro escalão da diretoria pouco é visto no dia a dia na Vila Capanema.
Comissão técnica
Caiu sobre um técnico sem muita experiência a responsabilidade de tirar o time das últimas colocações. Ricardo Pinto até conseguiu uma sequência de vitórias com a equipe logo após a sua chegada, mas contra adversários fracos como Gurupi-TO, Rio Branco e Cascavel. No momento da afirmação, em duelos contra oponentes melhores, o Tricolor voltou a mostrar fragilidade, parou de vencer e se afundou novamente na zona de rebaixamento do Paranaense.
Jogadores
Falta mais qualidade e experiência ao jovem elenco paranista (média inferior a 22 anos). Quando sai atrás no placar, o Paraná tem mostrado pouco poder de recuperação. O time, por exemplo, não conseguiu nenhuma virada na temporada. Com a vantagem no marcador, tem faltado paciência para administrar o resultado, como ocorreu no clássico contra o Atlético, quando perdeu depois de estar duas vezes à frente no placar. Atletas podem protagonizar o maior vexame da história do clube.
Torcida
A mobilização da torcida paranista no estádio é modesta. Os resultados da equipe não ajudam, mas o público presente aos jogos na Vila Capanema deixa a desejar. A média de torcedores no Estadual até aqui não passa de 2.500. O maior público no Paranaense foi de 4.184 pagantes, diante do Atlético.
Ajuste financeiro do clube no início da temporada e foco dentro de campo a partir da disputa da Série B do Brasileirão. Essa foi a ordem de prioridade estabelecida pela diretoria paranista em 2011. A opção por deixar o futebol temporariamente em segundo plano, em pleno Estadual, trouxe consequências inesperadas e prejudiciais.
O time briga para fugir da Segunda Divisão do Paranaense e, dependendo de uma combinação de resultados, pode ser rebaixado já neste fim de semana. Apesar da situação crítica, na semana que antecedeu a primeira das três decisões que o Tricolor tem até o fim do campeonato, poucos dirigentes foram vistos na Vila Capanema.
O acompanhamento da equipe, feito de forma distante por parte do primeiro escalão da diretoria, tem sido praxe nesta temporada. O presidente Aquilino Romani, por exemplo, assiste aos jogos do clube in loco quando o time atua em Curitiba. Nas partidas longe da capital, ele não tem viajado com o elenco. O mandatário também não costuma acompanhar os treinos. Rotina mantida mesmo em uma semana que pode manchar a história do clube.
Para o vice-presidente de futebol paranista, Paulo César Silva, isso não significa que a equipe não está sendo deixada de lado. "A diretoria dá todas as condições de trabalho. Agora, no campo é com eles [jogadores], porque diretor não entra em campo", defende Silva, o dirigente com presença mais assídua no estádio paranista.
"Toda a diretoria está unida e, quando não está no campo, está na administração. O presidente não precisa estar aqui [na Vila Capanema]. Se o time cair, a culpa é minha", emenda o vice de futebol.
O técnico Ricardo Pinto diz que a ausência da cúpula nesse período decisivo para o Tricolor não incomoda. "Aparecer mais gente ou não, de certa forma é indiferente para nós. Se o Papa vier pedir para a gente ganhar ou não vier, vamos ter de jogar da mesma forma e fazer nossa parte dentro de campo", declarou o treinador.
O Paraná não pode nem pensar em tropeço na partida de amanhã, às 18h30, contra o Iraty. Empate ou derrota paranista em casa, somado a vitórias de Rio Branco e Paranavaí, decretaria a queda do Tricolor à Série B duas rodadas antes do fim do Paranaense.
A reportagem da Gazeta do Povo tentou contato com o presidente paranista, mas ele estava com o celular desligado.
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