O desabafo de Roberto Fonseca após a vitória por 2 a 0 sobre o Boa, terça-feira, na Vila Capanema, causou estranheza no presidente do Paraná, Aramis Tissot. O técnico afirmou que só continua no clube graças a uma reunião organizada com os jogadores antes da partida, sobre a qual a diretoria não ficou sabendo: "Os atletas fizeram o pedido para que eu permanecesse. Minha permanência dependia do que falassem".
Na véspera do confronto, o zagueiro e capitão Cris admitiu que uma derrota para o Boa deixaria a "situação muito complicada em termos de trabalho" para o treinador. As duas declarações, somadas, levaram Tissot a especular.
"É uma coisa interna dele com os jogadores, mas dá a impressão até de que ele estava querendo ir embora. Será que é isso?", indagou o presidente. "Será que ele colocou para os jogadores que se perdesse iria sair? Não tomei conhecimento disso, ele não colocou isso para a gente."
Embora esteja insatisfeito com a fase irregular da equipe, que somou oito pontos nas últimas sete partidas, Tissot garantiu que o contrato de Fonseca, válido até o fim da Série B, nunca esteve sob risco. "A culpa de maus resultados não pode ser só em cima do técnico. Se um dia nós tivermos que trocar de treinador, vamos trocar, mas não é o momento. Temos de ir atrás de mais um ou dois jogadores", afirmou. A prioridade do dirigente segue sendo a contratação de um meia.
Contratado recentemente, o lateral-direito Marquinho deu ontem seu testemunho sobre o que encontrou em Curitiba. "Treinador vive de resultado, a torcida e a diretoria sempre fazem pressão. Mas o grupo do Paraná é bem unido e está fechado com ele [Fonseca]".
O atacante Ricardinho também concedeu entrevista ontem e estava sorridente. Não parecia o jogador que saiu reclamando ao ser substituído diante do Boa. "O resultado deu um alívio", afirmou o autor do primeiro gol da partida, batendo pênalti.
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