A principal pergunta no esporte mundial é se os Jogos Olímpicos (24 de julho a 9 de agosto) e Paralímpicos (25 de agosto a 6 de setembro) de Tóquio serão mantidos nas datas programadas. Com o avanço do coronavírus em diversos países do mundo, muitos eventos estão sendo cancelados ou adiados.
Nesta terça-feira, a publicação de uma entrevista com Haruyuki Takahashi, um dos 25 membros do conselho executivo do COI (Comitê Olímpico Internacional), no Wall Street Journal, amplificou o debate. "Eu não acho que os Jogos seriam cancelados, eles seriam adiados. O COI teria problemas em caso de cancelamento. Os direitos televisivos nos EUA geram sozinhos uma quantia enorme de dinheiro", disse.
O dirigente, que também participa do Comitê Organizador dos Jogos, lembra que o adiamento seria a opção mais realista por causa dos muitos interesses financeiros envolvidos. Mas Takahashi pondera que o conselho executivo não se reúne desde dezembro, quando o problema do coronavírus não tinha tomado a proporção atual.
Apesar da declaração de Takashi, a Carta Olímpica em seu capítulo 5, artigo 32, diz que os Jogos devem ser celebrados no primeiro ano da Olimpíada (2020). O contrato da cidade de Tóquio com o COI também é válido apenas para este ano. Ou seja, a competição poderia ser adiada apenas se fosse realizada em 2020, caso contrário teria de ser cancelada, como ocorreu em outras ocasiões décadas atrás por causa das duas Grandes Guerras Mundiais.
Uma alteração nos Jogos de Tóquio seria uma atitude bastante drástica também por causa dos valores envolvidos no evento. Para se ter uma ideia, o Comitê Organizador anunciou que já investiu US$ 12,6 bilhões (R$ 58,5 bilhões) até agora e os valores devem ser maiores quando a conta for fechada. A NBC, emissora que transmitirá a competição nos EUA, divulgou que já captou US$ 1,25 bilhão (R$ 5,8 bilhões) em patrocínios.
Para blindar os Jogos Olímpicos, o Comitê Organizador e o governo japonês têm tomado uma série de medidas para diminuir o impacto do coronavírus no país - já são 530 casos confirmados e nove mortes. As aulas nas escolas foram canceladas até 3 de abril, vários eventos esportivos foram reduzidos (como a Maratona de Tóquio) ou adiados e até o revezamento da tocha olímpica será menor do que o programado.
Até o momento, o COI mantém sua postura de que não haverá mudanças no cronograma dos Jogos e que está atento à situação. Recentemente, o brasileiro Bernard Rajzman, que é membro do COI, disse em entrevista para os atletas continuarem treinando porque a Olimpíada será realizada na data programada.
Um fato que corrobora com esse otimismo do COI é que a cerimônia de acendimento da tocha olímpica está mantida para ocorrer nesta quinta-feira. O evento é uma espécie de pontapé inicial (e comercial) para os Jogos de Tóquio. Mas o evento em Olímpia, na Grécia, ocorrerá sem a presença de público, por causa de medidas mais rígidas para proteção contra o coronavírus.
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