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Lance da partida no péssimo gramado do Estádio Ademir Cunha, em Paulista | Aldo Carneiro/ Futura Press
Lance da partida no péssimo gramado do Estádio Ademir Cunha, em Paulista| Foto: Aldo Carneiro/ Futura Press

"Espero que o novo treinador tenha assinado o contrato, porque se viu o jogo de hoje ele não assume". A declaração do vice-presidente de futebol do Paraná, Paulo César Silva, logo após a derrota para o Salgueiro, por 2 a 1, na noite de ontem em Paulista (PE), resume o impacto que o terceiro revés consecutivo teve no time.

O dirigente desabafou no final do jogo e criticou de forma veemente a postura dos jogadores. "Eu quase chorei de vergonha. É muito triste ver um time jogando desse jeito. Se a camisa está pesando para alguns jogadores, eles têm de pedir para ir embora. Podemos jogar com os juniores, mas com jogador andando em campo é inadmissível", afirmou Silva.

O dirigente afirmou que vai se reunir com o presidente em exercício do clube, Aramis Tissot, e com o novo técnico, Guilherme Macu­glia, para definir se haverá dispensas no elenco.

O treinador não acompanhou o time, como estava programado. Por causa do fechamento do aeroporto de Curitiba por oito horas, Macuglia não conseguiu voar até o Recife e assistiu à partida em Curitiba pela tevê. A apresentação oficial dele, que estava marcada para hoje, foi adiada para amanhã.

Se referindo à rejeição da torcida a Macuglia, Silva contou que 12 técnicos foram procurados e rejeitaram a proposta: "Muitos me disseram que admiravam o Paraná, sabiam que o clube é uma família, mas que com que este time não assumiriam".

O técnico foi orientado a não dar entrevistas antes da apresentação. O auxiliar Ageu Gonçalves, que co­­mandou a equipe no jogo contra o Salgueiro, fez coro com a revolta da diretoria e não poupou o desempenho dos atletas. "O que a gente está fa­­zendo é pouco. Temos de detectar se o problema é técnico, físico ou clínico. Alguma coisa vai ter de mudar", garantiu. Para ele, a ansiedade tem atrapalhado. "Em mais um jogo tivemos chances, mas não conseguimos marcar. Está todo mundo chateado", afirmou.

Os jogadores não fugiram da responsabilidade. "Dá até raiva. Perder um jogo assim é complicado", disse o meia Dinélson. O atacante Hernane, autor do gol paranista, confessou que a vaga na Série A ficou muito difícil. "Foi o quarto ou quinto jogo que perdemos no segundo tempo. Um time assim não tem como subir", admitiu.

Com a terceira derrota consecutiva, o Paraná muda o seu foco. Distante nove pontos do G4, o Tricolor começa a fazer as contas de quantos pontos precisa fazer para permanecer na Série B. O time está apenas sete pontos à frente do Vila Nova, 17.º colocado e primeiro time na zona de rebaixamento.

Precisando do apoio da torcida (os dois próximos jogos serão em casa, contra Goiás e Náutico), o clima entre a diretoria e os torcedores não é bom. Paulo César Silva revelou ter recebido ameaças de morte. O dirigente falou sobre uma carta anônima ameaçando ele e sua família, além de mensagens no celular. "Minha filha me ligou chorando. Tem gente rondando a minha casa. Será que vale a pena tanto sacríficio?", questionou Silva, colocando em dúvida seu futuro no clube.

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