O sucesso do atacante Joel despertou o futebol paranaense para os jogadores africanos. O camaronês surgiu no ano passado, quando foi campeão estadual pelo Londrina. Em seguida, teve boa passagem pelo Coritiba no Nacional e hoje está no bicampeão brasileiro Cruzeiro.
"O Joel virou uma referência para nós. Espero que eu consiga vencer da mesma maneira que ele conseguiu. É um sonho jogar em uma equipe grande do país do futebol", idealiza Khalil Foly, de Gana, meia que está em testes no Operário.
Em comum entre os atletas vindos da África, estão as histórias de dificuldades enfrentadas na terra natal. Passado que, de acordo com o gestor do Tubarão, Sérgio Malucelli, faz deles jogadores mais aplicados.
"Acredito que por tudo que viveram, se empenham mais, se dedicam mais nos treinos, parece que estão, realmente, diante de uma chance única de vencer na vida. O Joel chegou relatando que passava fome", comenta o dirigente.
Atualmente, outros dois africanos estão no Londrina. Da mesma posição que Joel é o atacante nigeriano Henry Kanu, de 22 anos. Além dele, o volante camaronês Prosper Koffi, 23 anos. Em breve outros três jovens do continente devem desembarcar na equipe do Norte do estado. O representante do Fantasma, Khalil, reforça a tese de "chance única" do cartola Malucelli. O ganês abandonou a família na capital Accra com apenas 19 anos. Foi atraído por um comissário de bordo de uma empresa de aviação, chamado Jose Darfoor.
O dublê de empresário da bola, entretanto, ficou por aí. "Perdi o contato com ele, nunca mais nos falamos. Quando cheguei aqui no Brasil tive de me virar", relembra Khalil, que veio acompanhado de outros dois jogadores, Isaac Gawu e Michael Waldier.
A primeira paragem do ganês em território brasileiro foi o interior de São Paulo, para defender o Tanabi, da cidade de mesmo nome. Depois, rumou para o Desportivo Brasil, também de São Paulo, e chegou ao Paraná, para defender o Junior Team.
No clube de Londrina Khalil viveu os momentos mais duros. Tanto que teve de fazer bicos fora do futebol para sobreviver. Por um período, foi servente de pedreiro e ajudante de eletricista.
"Foi uma situação muito difícil, não cheguei a passar fome, mas precisei da ajuda de muitas pessoas, especialmente para ter abrigo", recorda o meia-cancha africano.
Após jogar em Cambé, Khalil parou no Operário por indicação do técnico Picolé, que já dirigiu diversas equipes no Paraná. "O Picolé já trabalhou com o Khalil e tem boas referências dele. É uma aposta nossa para o Paranaense sub-23", diz Antonio Mikulis, diretor do Fantasma.
Enquanto a grande oportunidade não vem, Khalil treina com os garotos da base do Alvinegro e mora no alojamento do Estádio Germano Kruger. As instalações são simples, um cobertor é utilizado como cortina, e os pertences do africano caberiam em uma mochila.
Apesar do aperto, o desejo de emplacar longe de casa segue mais vivo do que nunca. "Sinto que aqui vou conquistar um espaço. É a melhor situação que já vivi desde que cheguei. E não vou desperdiçar essa chance", diz o atleta.
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