Jogadores evitam falar em acesso

Apesar de a realidade na Vila Capanema ser a briga contra o descenso, a vitória em casa diante do Atlético Goianiense, na sexta-feira, serviu para o time de Roberto Cavalo respirar e abrir oito pontos da área de risco. Ainda assim, a distância para o G4 (12 pontos) parece inatingível e fica evidente pelo discurso dos jogadores, que já não arriscam a falar sobre o acesso à Série A.

"Temos de pensar a cada jogo para que, eventualmente, a gente comece a pensar em subir na tabela", disse o lateral-direito Murilo. "Gradativamente, resultado a resultado, jogo a jogo, vamos somando pontos para depois, no final, ver em que posição vamos ficar", concordou o goleiro Zé Carlos.

Por outro lado, a próxima sequência (Ipatinga, Guarani e São Caetano) pode inspirar os paranistas a - pelo menos - superar a barreira da décima posição, não ultrapassada nas duas temporadas da equipe na Série B. No primeiro turno, na melhor série de resultados em toda a competição, o Tricolor somou três vitórias contra o clube mineiro e os times paulistas.

"É a chance para repetirmos o que aconteceu na primeira parte do campeonato e voltarmos ao nosso melhor", reforçou Murilo. (FR)

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Dinheiro. Se essa não foi a palavra mais citada na tarde de ontem, na reunião da chapa Revolução Pa­­ranista, certamente foi o principal assunto tratado pelos líderes do mo­­vimento que pretende assumir o controle do Tricolor em 2010. O panorama financeiro do clube – e suas dívidas, que no fim do ano passado alcançaram R$ 7,6 mi­­lhões – são os principais pontos de discórdia entre o grupo e os atuais comandantes do Paraná para u­­ma possível aliança.

Enquanto Aramis Tissot e seus seguidores querem implantar um projeto para o futebol sem assumir as contas deixadas pela gestão anterior, o presidente Aurival Cor­­­­reia está irredutível quanto a fazer parte de uma união nessas condições.

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"É absolutamente impossível alguém assumir sem ficar com as dívidas. O clube é um só", garantiu. "Eu não aceitaria ficar como presidente e dar o controle do futebol pa­­­ra eles. No primeiro problema, sobraria tudo para mim. Nas horas ruins todos vão embora. Quem as­­sina, demite e contrata é sempre o presidente", emendou, afastando também qualquer possibilidade de uma divisão ente o futebol e a par­­te social do clube.

O ex-presidente Ernani Buch­­mann, um dos líderes da chapa Re­­­volução Paranista, não condenou a posição de Aurival. "Ele precisa ter as garantias financeiras de­­­le", disse. "Estamos estudando como administraríamos toda essa situação e quem teria qual função. Temos de ter certeza se dá para ad­­ministrar o clube. Nossos estudos ficam prontos nesta semana e en­­­tão vamos ter uma definição", confirmou.

Mesmo ainda não estando convencido sobre a viabilidade da proposta da Revolução, o atual presidente se mostrou aberto à uma composição e aguarda no­­­vos contatos para decidir se adere à propos­­ta.

"Sendo bom para o Paraná, vou apoiar. Sempre vou apoiar algo que seja benéfico para o clube. Não tenho vaidade. Se pedirem minha ajuda, vou ajudar efetivamente, não apenas batendo palmas", proseguiu, dando a entender que po­­­deria continuar atuando no clube, mas em outra função.

Refém da falta de recursos, o di­­­rigente ressaltou as dificuldades para dirigir o time da Vila Capa­­nema. "As nossas contas estão em dia, apesar de termos uma receita de televisão muito baixa. Não temos recursos, nem torcida que compareça nos momentos difíceis", disse.

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"Não vejo o acesso como obrigação, mas sim como um desejo, uma vontade. Existem 20 times lutando para subir. Dentro de nossas condições, fizemos um bom trabalho. É claro que quero subir e dar alegria para o torcedor. Mas quem deve ser questionado é quem deixou o time cair, quando existiam altas verbas de tevê", completou.