Copa 2014
Malucelli adia entrevista para tratar da Arena
O presidente do Atlético, Marcos Malucelli, adiou a entrevista que daria ontem à tarde para falar sobre a atual situação do clube. O motivo alegado pelo mandatário foi uma reunião extraordinária com a empresa OAS, construtora considerada favorita a vencer a concorrência para concluir a Baixada visando ao Mundial. Nela, foram acertados detalhes do projeto que haviam gerado dúvida em um encontro na noite anterior. A proposta final será apresentada aos conselheiros em assembleia na próxima segunda-feira, data em que se espera definir a empreiteira responsável pelas obras já bastante atrasadas.
A outra postulante é a Triunfo, que pediu para apresentar seu projeto mesmo depois de ter enviado e-mail à cúpula rubro-negra desistindo da briga. O modelo engendrado pela empresa não havia agradado, pois não contava com o potencial construtivo ajuda de município e estado por meio de títulos imobiliários e empréstimo , obrigando o clube a usar recursos próprios para financiar a obra.
Não se sabe ainda se a empresa pretende manter a mesma proposta para segunda-feira. O engenheiro Júlio César de Souza Araújo Filho, novo responsável por assuntos relacionados às obras na Arena, missão herdada com a saída do ex-vice-presidente Enio Fornea, não quis comentar as soluções que serão votadas na reunião. "São duas modelagens bem distintas", resumiu. Até ontem à noite, ao contrário do que ocorreu com a OAS, a Triunfo não tinha segundo Araújo Filho reunião prévia agendada com o clube.
Sandro Gabardo
Marcos Malucelli, em carta à torcida (15/7):
Não vou desistir do Atlético, não irei abandonar o clube diante de um momento de dificuldade. O desafio atual me estimula.
Não é da tradição do Atlético desistir.
Esquadrão da Torcida Atleticana, grupo petraglista:
Manifesto Xô Malucelli impeachment já!!! Exigimos a imediata reunião do Conselho para afastar o atual presidente que faz uma gestão temerária e expõe o clube.
A oposição à gestão Marcos Malucelli, presidente do Atlético, se articula para derrubá-lo na próxima segunda-feira data da reunião administrativa entre os conselheiros do clube.
Durante o encontro, que tem como pauta principal discussões em torno das obras na Arena, um grupo pretende colocar em votação o impeachment do dirigente, com mandato até o fim do ano.
Hoje à noite, simpatizantes de Mario Celso Petraglia o candidato opositor fazem uma confraternização na Sociedade Morgenau. A ideia é justamente encorpar a estratégia.
O adversário da situação e líder da chapa "CAP Gigante" nega qualquer trama. "Nunca houve isso. A parte de impeachment não conheço; e nem se cogitou", diz Petraglia.
Fora do clube, um movimento orquestrado pelo Esquadrão da Torcida Atleticana (ETA), confraria que apoia a volta do ex-dirigente, tenta arrecadar assinaturas para fragilizar ainda mais o mandatário rubro-negro.
Um manifesto intitulado "Xô Malucelli" teria hoje, segundo os organizadores, 31 mil assinaturas. Dessas, 19 mil foram feitas pela internet. As outras 12 mil foram recolhidas na Boca Maldita, no Centro de Curitiba.
O objetivo, fala Doático Santos, idealizador do manifesto, é fazer com que o Conselho Deliberativo atleticano coloque a demanda em votação na segunda-feira.
A inclusão da apreciação não será fácil. De acordo com Gláucio Geara, presidente do Deliberativo, o documento é ilegítimo, já que não partiu da iniciativa dos conselheiros motivo usado pelo dirigente para não receber o abaixo-assinado.
Porém o estatuto atleticano abre a brecha para que o impedimento de Malucelli seja apreciado. O artigo 55, parágrafo 2.º, do documento diz que "...O Conselho poderá apreciar e decidir assunto que não conste da pauta se houver manifestação favorável da maioria dos membros presentes."
Outra estratégia dos opositores seria lançar o nome de Petraglia a uma das duas vice-presidências vagas. No início do mês, Enio Fornea e Yára Eisenbach, primeiro e segundo vice, respectivamente, deixaram o cargo. "Não raciocínio sobre hipóteses, só sobre coisa real", esquivou-se Petraglia.
O ETA deve encaminhar o caderno do manifesto ao vice-presidente do colegiado, o deputado estadual Alexandre Curi (PMDB).
"É um manifesto popular. É a vontade dos torcedores do Atlético revoltados com a situação da equipe. E vale lembrar que 80, das mais de 30 mil assinaturas, são de conselheiros. Não se pode dizer que não é um movimento legítimo", ressaltou o insurgente Doático Santos em 2005, o mesmo fez campanha para a renúncia de Petraglia.
Marcos Malucelli foi procurado sem sucesso pela reportagem para comentar as articulações contra sua administração. O dirigente, conforme interlocutores, está sendo preservado neste momento.
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