Marcos Malucelli e Mario Celso Petraglia| Foto: Antônio Costa e Marcelo Elias/ Gazeta do Povo

Copa 2014

Malucelli adia entrevista para tratar da Arena

O presidente do Atlético, Marcos Malucelli, adiou a entrevista que daria ontem à tarde para falar sobre a atual situação do clube. O motivo alegado pelo mandatário foi uma reunião extraordinária com a empresa OAS, construtora considerada favorita a vencer a concorrência para concluir a Baixada visando ao Mundial. Nela, foram acertados detalhes do projeto que haviam gerado dúvida em um encontro na noite anterior. A proposta final será apresentada aos conselheiros em assembleia na próxima segunda-feira, data em que se espera definir a empreiteira responsável pelas obras – já bastante atrasadas.

A outra postulante é a Triunfo, que pediu para apresentar seu projeto mesmo depois de ter enviado e-mail à cúpula rubro-negra desistindo da briga. O modelo engendrado pela empresa não havia agradado, pois não contava com o potencial construtivo – ajuda de município e estado por meio de títulos imobiliários e empréstimo –, obrigando o clube a usar recursos próprios para financiar a obra.

Não se sabe ainda se a empresa pretende manter a mesma proposta para segunda-feira. O engenheiro Júlio César de Souza Araújo Filho, novo responsável por assuntos relacionados às obras na Arena, missão herdada com a saída do ex-vice-presidente Enio Fornea, não quis comentar as soluções que serão votadas na reunião. "São duas modelagens bem distintas", resumiu. Até ontem à noite, ao contrário do que ocorreu com a OAS, a Triunfo não tinha – segundo Araújo Filho – reunião prévia agendada com o clube.

Sandro Gabardo

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Marcos Malucelli, em carta à torcida (15/7):

Não vou desistir do Atlético, não irei abandonar o clube diante de um momento de dificuldade. O desafio atual me estimula.

Não é da tradição do Atlético desistir.

Esquadrão da Torcida Atleticana, grupo petraglista:

Manifesto Xô Malucelli – impeachment já!!! Exigimos a imediata reunião do Conselho para afastar o atual presidente que faz uma gestão temerária e expõe o clube.

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A oposição à gestão Marcos Malucelli, presidente do Atlético, se articula para derrubá-lo na próxima segunda-feira – data da reunião administrativa entre os conselheiros do clube.

Durante o encontro, que tem como pauta principal discussões em torno das obras na Arena, um grupo pretende colocar em votação o impeachment do dirigente, com mandato até o fim do ano.

Hoje à noite, simpatizantes de Mario Celso Petraglia – o candidato opositor – fazem uma confraternização na Sociedade Mor­genau. A ideia é justamente encorpar a estratégia.

O adversário da situação e líder da chapa "CAP Gigante" nega qualquer trama. "Nunca houve isso. A parte de impeachment não conheço; e nem se cogitou", diz Petraglia.

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Fora do clube, um movimento orquestrado pelo Esquadrão da Torcida Atleticana (ETA), confraria que apoia a volta do ex-dirigente, tenta arrecadar assinaturas para fragilizar ainda mais o mandatário rubro-negro.

Um manifesto – intitulado "Xô Malucelli" – teria hoje, segundo os organizadores, 31 mil assinaturas. Dessas, 19 mil foram feitas pela internet. As outras 12 mil foram recolhidas na Boca Maldita, no Centro de Curitiba.

O objetivo, fala Doático Santos, idealizador do manifesto, é fazer com que o Conselho Deliberativo atleticano coloque a demanda em votação na segunda-feira.

A inclusão da apreciação não será fácil. De acordo com Gláucio Geara, presidente do Deliberativo, o documento é ilegítimo, já que não partiu da iniciativa dos conselheiros – motivo usado pelo dirigente para não receber o abaixo-assinado.

Porém o estatuto atleticano abre a brecha para que o impedimento de Malucelli seja apreciado. O artigo 55, parágrafo 2.º, do documento diz que "...O Conselho poderá apreciar e decidir assunto que não conste da pauta se houver manifestação favorável da maioria dos membros presentes."

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Outra estratégia dos opositores seria lançar o nome de Petraglia a uma das duas vice-presidências vagas. No início do mês, Enio Fornea e Yára Eisenbach, primeiro e segundo vice, respectivamente, deixaram o cargo. "Não raciocínio sobre hipóteses, só sobre coisa real", esquivou-se Petraglia.

O ETA deve encaminhar o caderno do manifesto ao vice-presidente do colegiado, o deputado estadual Alexandre Curi (PMDB).

"É um manifesto popular. É a vontade dos torcedores do Atlético revoltados com a situação da equipe. E vale lembrar que 80, das mais de 30 mil assinaturas, são de conselheiros. Não se pode dizer que não é um movimento legítimo", ressaltou o insurgente Doático Santos – em 2005, o mesmo fez campanha para a renúncia de Petraglia.

Marcos Malucelli foi procurado sem sucesso pela reportagem para comentar as articulações contra sua administração. O dirigente, conforme interlocutores, está sendo preservado neste momento.