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Desde que Curitiba foi confirmada como sede da Copa do Mundo de 2014, em maio do ano passado, o Atlético mantém a posição de não bancar e nem se endividar para finalizar a Arena da Baixada para os jogos do Mundial. No entanto, no dia 13 de janeiro, o clube assinou uma Matriz de Responsabilidades, assumindo o compromisso de concluir a praça de esportes (veja detalhe no infográfico ao lado).
No encontro realizado no início do ano, no Ministério do Esporte, em Brasília, o documento também foi assinado pelo governo do Estado e pela prefeitura de Curitiba. No entanto, os poderes públicos apenas responsabilizam-se por obras nas vias de acesso, no entorno da Arena e em melhorias pela cidade como no aeroporto, por exemplo.
Os valores assumidos pelo Rubro-Negro para terminar a sua casa são de R$ 113 milhões e mais R$ 25 milhões em financiamento do governo federal através do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento), totalizando R$ 138 milhões. Porém, após alterações, o projeto foi barateado e o total não deve passar dos R$ 100 milhões.
"Foram três entes (partes) que assinaram a Matriz. Todos (clube, governo e prefeitura) são responsáveis por tudo", contesta o vice-presidente atleticano Enio Fornea. "Pela enésima vez vou te dizer que foi assinada uma Matriz de Responsabilidades e lá cada um assume a sua parte", diz o gestor de Curitiba para a Copa de 2014, Luiz de Carvalho.
Conforme a reportagem apurou, a indefinição sobre a verba para o estádio é a única que ainda resta na candidatura curitibana. O Atlético deseja responsabilizar-se por apenas 30% do custo, o mesmo que gastaria para terminar a obra sem a necessidade de adequação para o Mundial.
Por outro lado, governo e prefeitura não admitem de nenhuma maneira colocar dinheiro público em uma propriedade particular. Na Baixada, a tática é a de adotar um silêncio estratégico para deixar as candidaturas ao governo estadual definirem-se (eleições ocorrem em outubro), esperando por alguma saída política até o segundo semestre.
Sem querer comentar o assunto, os recém-empossados Orlando Pessuti (governador) e Luciano Ducci (prefeito) marcaram para amanhã, no palácio Iguaçu, uma reunião em que, entre outros temas, o assunto Copa do Mundo, será debatido.
Pelo menos nos prazos estabelecidos pela Fifa, a Arena não está atrasada. No dia 1.º de março, venceu o limite para início das obras, mas como 70% do estádio está pronto e um setor foi inaugurado ainda no ano passado, o clube foi considerado "em dia". Apenas após a Copa da África do Sul, que ocorre entre junho e julho, inspetores da Fifa devem fiscalizar as sedes da Copa brasileira.
"Está tudo absolutamente sob controle e Curitiba só tem sido elogiada", afirma Carvalho. "No dia 3 de maio precisamos enviar algumas alterações de projeto (via e-mail) para análise da Fifa", reforça.
A reportagem tentou ouvir o presidente atleticano Marcos Malucelli entre quinta e sexta-feira para comentar o tema, mas ele não atendeu as ligações.
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