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Dortmund – Ronaldo se livrou ontem de um peso. O jogador de 90,5 quilos (a maior massa corpórea deste Mundial) é agora o principal artilheiro na história das Copas. Balançou a rede duas vezes na vitória por 4 a 1 do Brasil sobre o Japão e igualou a marca do alemão Gerd Müller – ambos com 14 gols no torneio.

Mas não pára por aí: o Fenômeno, que estava empatado nesta estatística com Pelé, também superou um importante recorde do Rei. Tornou-se assim o goleador do país na competição da Fifa. O Atleta do Século – que acompanhou a atuação histórica do atacante na tribuna de honra do Westfalenstadion – tem 12 tentos.

Depois de duas exibições abaixo da crítica, o camisa 9 desencantou em grande estilo. Calçando chuteiras amarelas, com dedicatória para o filho Ronald, o jogador foi o responsável por um terço das finalizações da equipe contra os asiáticos. Foram sete arremates, dos 21 desferidos pela seleção brasileira.

O time treinado por Zico abriu o placar (aos 34), após falha de todo o lado direito da defesa. Tamada recebeu lançamento do paranaense naturalizado japonês Alex e concluiu no ângulo. Era o motivo para a reação do centroavante.

Já nos acréscimos do primeiro tempo, Ronaldinho Gaúcho levantou na área, Cicinho ajustou de cabeça e Ronaldo concluiu também com um preciso cabeceio. Antes disso já tinha sido ovacionado pela torcida no estádio em outra ocasião: quando pedalou para cima do marcador e exigiu difícil defesa de Kawaguchi.

Na etapa final, logo na primeira jogada, outra vez ouviu em coro seu nome. Na tabela com Gaúcho, que deixou de calcanhar, ele arriscou colocado. Foi a senha para o grito "Ronaldo, Ronaldo, Ronaldo" ganhar força no estádio.

A virada aconteceu graças à falha do goleiro nipônico (aos 8 minutos). Juninho – uma das apostas do técnico Parreira para o compromisso dessa quinta-feira – disparou de longa distância e o japonês errou a espalmada. O terceiro também foi de alguém que estava na reserva antes da partida. O lateral Gilberto recebeu lançamento de Ronaldinho, entrou livre e chutou cruzado no canto (14).

Então veio o desfecho histórico. Juan disparou pelo meio, viu o herói do jogo na meia-lua, tocou para ele, recebeu, retribuiu e deixou o atacante à vontade para marcar. Com estilo, o Fenômeno deu um chute certeiro (36). Até o término do confronto, o Brasil dominou ao som de "olé" vindo do público – e, claro, "Ronaldo!".

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