O improvável deu as caras ontem na Vila Capanema. Tudo estava a favor do Paraná. A vantagem de um gol se perdesse por um placar mínimo ainda decidiria a vaga nos pênaltis , o bom momento em campo, com nove jogos de invencibilidade, e o fator casa, com torcida única, não foram suficientes para manter a ascensão de um time cuja campanha foi marcada por altos e baixos como uma montanha-russa. Mérito de um Atlético que mostrou a melhor versão de sua equipe sub-23 no ano e derrubou toda a previsibilidade das quartas de final ao bater o rival por 2 a 0 e ficar a dois jogos da final do Paranaense.
O Furacão chegou às quartas de final na marra: foi o oitavo na fase de classificação, com derrota por 4 a 0 para o mesmo rival de ontem na rodada derradeira. Pegaria, então, o primeiro colocado no mata-mata. Por coincidência, o Tricolor. No Ecoestádio, perdeu por 2 a 1. Resultado que reverteu ontem.
E agora, sem data e chance para responder, o Paraná teve de engolir a provocação dos garotos atleticanos. Uma resposta às declarações do atacante Giancarlo depois da goleada da primeira fase de que fazer gol no time do fim da rua (ambos têm sede na Rua Engenheiros Rebouças) era especial , usadas como motivação no CT do Caju. "Todo mundo fala o que quer. Nós ficamos quietos e decidimos nas quatro linhas. Hoje [ontem] mostramos que podemos nos superar", desabafou o volante Hernani.
O meia Zezinho foi ainda mais incisivo. "Nós somos o único time grande da cidade. Sempre acreditamos nisso. Eles são o terceiro time da cidade e nós recebemos salários. Por isso estamos motivados", disparou, trazendo à tona até os problemas financeiros vividos pelo rival.
Essa nova ordem foi resultado de uma partida irretocável do time de Petkovic. E especialmente de Marcos Guilherme. O jovem de 18 anos teve uma tarde extremamente feliz. Aos 43/1.º, abriu o placar em passe de Crislan. Após o intervalo, aos 27/2.º, fechou o placar. Nas duas oportunidades, uma combinação de velocidade e técnica que tirou de ação os defensores do Tricolor e rendeu elogios do professor.
"Ele é um garotinho ainda, mas é um excepcional jogador. Ele é guerreiro e joga em todas as áreas. Ele ataca, defende, faz a transição. Às vezes, falta orientação pela juventude dele, acaba correndo demais. Mas está pegando a manha e foi premiado com os dois gols", disse Petkovic.
Revigorado, o Atlético agora tenta a vaga na decisão. O rival agora será o Londrina, no Ecoestádio, provavalmente na quinta-feira. O Tubarão decide em casa porque teve melhor campanha: 22 pontos a 18. "Eles [jogadores] foram muito criticados e mesmo assim chegaram onde chegaram. A força desse grupo é a união. Quando havia uma falha individual, ninguém culpava ninguém. O mérito é coletivo", comemorou o aliviado Petkovic.
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