João Derly em busca do bi mundial
Rio João Derly vai encarar um desafio inédito para um judoca brasileiro. O gaúcho de 26 anos sobe no tatame da Arena Olímpica hoje com a missão de defender o título mundial na categoria dos meio-leves conquistado há dois anos no Egito. "Sei da responsabilidade e da dificuldade. Em 2005, eu era novidade. Hoje, todos os adversários estudam minha forma de lutar", admitiu ele, que até o Mundial do Rio, era o único campeão mundial do judô brasileiro Luciano Corrêa igualou o feito na quinta-feira.
O primeiro adversário de Derly na trajetória do bi mundial será o chinês Ritubilige Wu. "O mais importante é entrar para lutar concentrado desde o início. Um bom começo dá confiança para seguir nesta competição", afirmou o judoca.
Na categoria dos leves, Leandro Guilheiro, de 24 anos, terá o desafio hoje de superar as dores provocadas por uma hérnia de disco. "Não é hora para se entregar", afirmou o judoca que foi medalha de bronze na Olimpíada de Atenas, em 2004. No feminino, Danielle Zangrando sonha em chegar mais uma vez entre as melhores já foi medalha de bronze em 1995.
Rio Com um sorriso largo, apesar de ter dormido apenas quatro horas, Luciano Corrêa acordou ontem como campeão mundial dos meio-pesados. E dedicou o título obtido no tatame da Arena Olímpica do Rio, na noite de quinta-feira, à sua namorada, Sara Azaline, que morreu em 2005. "Sei que onde ela estiver, estará orgulhosa de mim", disse o judoca, de 24 anos, que admitiu ainda ter falhas, que pretende corrigir.
Ontem, Luciano passou o dia recebendo os cumprimentos pelo título e torcendo pelos demais judocas brasileiros no campeonato. Com o título mundial, ele garantiu a vaga olímpica para o Brasil em sua categoria. Mas ele ainda não sabe se irá aos Jogos de Pequim, no ano que vem, pois ainda terá de enfrentar uma seletiva. De qualquer maneira, com a medalha de ouro no peito, ganhou a confiança para superar qualquer outro desafio que tiver pela frente.
Conseguiu descansar após a conquista do ouro?
Luciano Corrêa Um pouco. Dormi quatro horas, mas fica muito difícil controlar a ansiedade.
O que o campeão mundial dos meio-pesados precisa melhorar para se manter em primeiro?
Muita coisa. Agora serei o adversário a ser batido. Cometi alguns erros neste Mundial. Vamos analisar todos e procurar melhorar.
Quais foram os erros?
Vários. Mas não vou revelar quais são.
Como é ser medalha de ouro no Mundial e não ter a vaga garantida para a Olimpíada?
O nosso regulamento é dessa forma e já sabíamos disto antes de lutar. Então, o que temos de fazer é aguardar e esperar pela seletiva.
Quais serão seus rivais para chegar a Pequim?
Mário Sabino, Leandro Leite e Alex Aguiar. Todos são muito fortes e deverei estar em forma para enfrentá-los.
Em 2005, você teve de superar a morte de sua namorada. Pensou nela na hora do título?
Ela morreu logo depois de eu ter ganho a medalha de bronze no Mundial do Cairo (em 2005). Festejamos muito. Mas sei que onde ela estiver, está feliz. Sinto sua força e sua presença. O título é dela.
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