O filme de 2007 voltou à cabeça de Anthony Hamilton quando viu o filho, Lewis, atrás da Toro Rosso de Sebastian Vettel, na última volta do GP Brasil. "Pensei que tinha acabado", admitiu. Não tinha.
Da mesma forma que foi vice-campeão ano passado de maneira improvável, após cometer erros que reduziram a pó em duas corridas uma vantagem de 17 pontos sobre Kimi Raikkonen, Lewis Hamilton venceu o Mundial de Pilotos de maneira inacreditável. Uma conquista repleta de marcas inéditas. Jamais um negro havia sido campeão na Fórmula 1. E jamais a categoria teve um número 1 tão jovem. Hamilton conquistou o mundo aos 23 anos, 9 meses e 27 dias o recordista anterior era Fernando Alonso, campeão em 2005 com 24 anos, 2 meses e 17 dias.
Hamilton só teve certeza de que o título era seu quando contornou o "S" do Senna, após a bandeirada. Avisado pela equipe via rádio, chorou pela conquista na prova que definiu como a mais dura da sua carreira.
"Antes de começar a chover, estava muito confortável. Começou a garoar, e eu não quis arriscar", contou. "Vettel me passou, e me falaram que tinha de ficar à frente dele, e eu não pude acreditar", prosseguiu. "Na curva final, passei Glock. Meu coração disparou, não sei dizer como foi incrível. É um sonho. Estou extasiado", finalizou, em uma improvisada entrevista coletiva atrás dos boxes da McLaren, onde um grupo de 40 jornalistas disputavam, debaixo de chuva, os poucos metros quadrados à frente do campeão.
Durante toda a breve entrevista, Lewis permaneceu abraçado a seu pai. Minutos antes, emocionado, abraçara Anthony e seu irmão caçula, Nicolas, no escritório da McLaren em Interlagos. A festa em família remetia ao duro início de carreira do inglês.
Criado em um subúrbio de Londres, só conseguiu levar adiante o sonho de ser piloto graças ao esforço do pai, que chegou a trabalhar em três empregos para bancar o filho nas pistas. A sorte começou a mudar em 95, quando Lewis conquistou um título local de kart. A bandeirada foi dada por Ron Dennis, chefão da McLaren, a quem o então garoto de 10 anos disse: "Me deixe seu telefone. Um dia vou pilotar para o senhor."
Em 98, o garoto foi recrutado pelo programa de talentos da McLaren e da Mercedes. Por nove anos foi bancado e preparado pelas duas empresas para chegar à Fórmula 1. Cumpriu cada etapa com louvor. Foi brilhante na estréia na principal categoria do automobilismo mundial. Tão brilhante que fez o patrão abrir uma guerra contra o bicampeão mundial Alonso. Deixou escapar a taça por detalhes. Um título recuperado ontem, de maneira sofrida, como toda a trajetória da família Hamilton.
Trump barra novos projetos de energia eólica nos EUA e pode favorecer o Brasil
Brasileiro que venceu guerra no Congo se diz frustrado por soldados que morreram acreditando na ONU
Não há descanso para a censura imposta pelo STF
Tarcísio ganha influência em Brasília com Hugo Motta na presidência da Câmara
Deixe sua opinião