• Carregando...
Neymar, 19 anos, quase 1,4 milhões de seguidores no Twitter, telespectador da novela Insensato Coração, referência de moda nas classes C e D: novo fenômeno é o nome mais cobiçado do milionário futebol europeu | Hedeson Alves, enviado especial/ Gazeta do Povo
Neymar, 19 anos, quase 1,4 milhões de seguidores no Twitter, telespectador da novela Insensato Coração, referência de moda nas classes C e D: novo fenômeno é o nome mais cobiçado do milionário futebol europeu| Foto: Hedeson Alves, enviado especial/ Gazeta do Povo

Sucesso de crítica

Jogador mais visado pela imprensa internacional durante os treinos na Argentina, Neymar arrebata elogios, assim como aumenta a expectativa em torno do seu nome.

"Um fenômeno. Vimos isso na final da Libertadores. Pelé disse que será mais do que Messi. Vamos ver... Acho que não. Mas acredito que vai muito bem na Copa América, ainda mais jogando ao lado do Ganso, com quem está habituado." Esteban Campanela (TYC, Argentina)

"A última grande aparição do futebol sul-americano. Somos críticos, buscando defeitos, mas com a esperança de que apareçam jogadores como Neymar. Vai ganhar tarimba com o tempo. Acontecia o mesmo com Messi." Jorge Sigüenza (Fox, Argentina)

"É o jogador que faltava ao Brasil. Pode ser a estrela que Kaká não conseguiu ser no Mundial. Kaká não conseguiu repetir o que fazia no Milan na seleção. É um jogador jovem e de muita qualidade. A resposta do Brasil a Messi" Paolo Assogna (Sky, Itália)

Neymar, 19 anos, estreia hoje em uma competição oficial pela seleção adulta. E quando tocar pelas primeiras vezes a bola no jogo contra a Venezuela, às 16 horas, pela Copa América da Argentina, o "moleque", como é tratado pelos companheiros e também gosta de se referir aos mais chegados, não chamará a atenção apenas do torcedor habitual.

Estarão voltadas para o adolescente a cobiça de grandes clubes europeus, a sede de negócios do mercado publicitário e até a curiosidade de quem, fora do Brasil, já ouviu falar muito bem dele, mas ainda não o viu em ação. É o caso de boa parte do público argentino. Afinal, fato raríssimo nas últimas décadas, o grande nome da seleção ainda atua no futebol nacional.

Se depender do Santos, aliás, Neymar permanece até a Copa de 2014. O clube – que mandou o dirigente Eduardo Musa para blindar o jogador – prepara um verdadeiro plano de carreira na esperança de convencê-lo, confiando não só em uma boa engenharia financeira, como principalmente nas razões afetivas do atleta forjado na base do Peixe. Atualmente o salário é de R$ 160 mil.

Mas teme armadilhas, como as conversas com os companheiros "europeus" – dos 23 jogadores da seleção, 13 jogam em grandes times de Itália, Espanha e Inglaterra –, ou a aproximação, na surdina, de representantes dos clubes interessados. Pagar a multa de 45 milhões de euros (R$ 102 milhões) não seria problema. Mas o jogador é quem dá a palavra final.

A movimentação de jornalistas estrangeiros, especialmente espanhóis, que veem uma disputa entre Real e Barça pelo atacante – Chelsea e Manchester City seriam outros concorrentes –, fecha ainda mais o cerco sobre ele na Argentina.

Não é à toa que o técnico Mano Me­­nezes tenta aliviar a pressão. "Há na seleção jogadores de alto ní­­vel, capazes de compartilhar com ele a responsabilidade", afirma. Mas vê ele em condições de decidir. "Está mais maduro de­­pois da Libertadores muito dura que conquistou [pelo Santos]. Sofreu faltas, soube sair delas e a­­pa­­receu nos momentos decisivos."

Permanecer no Peixe, e se tornar referência na seleção, reforçaria a imagem de ídolo nacional. E garoto-propaganda, especialmente para as classes C e D, como escreveu a consultora de moda Gloria Kalil no jornal O Globo: "É com ele que a garotada emergente, que rala o dia inteiro nas ruas, sonha e se identifica". Estima-se que o valor cobrado pela nova estrela para representar uma marca seja de R$ 1,5 milhão por ano.

Fenômeno de popularidade no Brasil, o atacante ainda desperta curiosidade nos torcedores argentinos. Muitos dizem ter visto "somente alguns belos gols" do brasileiro. Pelo menos os jornalistas esportivos, como Mariano Verrina, do Diário Libre, se empolgam: "Me parece um craque. É um fora de série, vai dar prestígio à Copa América".

Enquanto um mundo de interesses se forma ao seu redor, o "moleque", brincalhão nos treinos, também mede o seu poderio de imagem via a rede social Twitter. Ele mantém mais de 1,3 milhão de seguidores – número próximo ao do ex-craque Ronaldo – com 1,9 mi (o recordista nacional entre boleiros). Além dos teclados, se diz viciado na novela Insensato Coração, da Rede Globo, e parece estar em uma bolha de tranquilidade.

Como um mantra, apenas não cansa de repetir que "é só jogar como no Santos que as coisas vão dar certo".

Ao vivo

Brasil x Venezuela, às 16 horas, na RPC TV, ESPN Brasil e SporTV.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]