O sufoco com que o Atlético subiu afasta qualquer dúvida da necessidade de fortalecer demais o time para a Série A de 2013. A diretoria, é bom que se frise, já vinha manifestando essa necessidade de encorpar o elenco com jogadores realmente melhores do que aqueles que estão aí. Para alguns torcedores, essa noção talvez só tenha se tornado real com o susto de ver Cleberson tirando, em cima da linha, aos 44 do segundo tempo, a bola que seguraria o Furacão na Bezona.

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Qualquer projeto bem-sucedido em campo do clube para 2013 deve, obrigatoriamente, passar por Ricardo Drubscky. O treinador pegou um rabo de foguete: time montado por outro técnico, campeonato pela metade, pressão de todos os lados, distância da zona de acesso e pouco mais de três meses para dar o único resultado que se permitia. Conseguiu. Com um trabalho tático sólido e uma capacidade extraordinária de fazer um grupo numeroso (não se esqueçam da conurbação profissional-sub-23) remar sempre para o mesmo lado.

Drubscky tem problemas? Claro. Todos os treinadores tem. O mais nítido dele é a dificuldade de reagir com rapidez e eficiência a mudanças de rumo dentro da partida.

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Ainda assim, o custo-benefício de Drubscky compensa. Técnicos melhores que ele estão empregados, são caros demais ou as duas coisas. Fora aqueles que são ruins e caros. E depois de trazer gato por lebre na contratação de Carrasco, parece pouco provável que o Atlético vá buscar um técnico no exterior tão cedo – embora não devesse fechar os olhos para estrangeiros.

Pep x Felipão

De tempos em tempos, alguns treinadores atraem imensa simpatia da imprensa, que acaba fazendo uma campanha (velada ou explícita) pelo seu nome na seleção. O último foi Muricy Ramalho, graças aos justíssimos quatro títulos nacionais em cinco anos. O fogo apagou quando a humilhante derrota do Santos para o Barcelona grifou o quanto Muricy estava atrasado.

O nome da vez é Pep Guardiola. O trabalho no Barcelona foi fantástico, Pep mesmo fez menção ao futebol brasileiro de antigamente ao falar da gênese do seu Barça e, segundo o Lance!, só a seleção o faria interromper o ano sabático. Não tenho dúvida de que Guardiola é capaz de transformar qualquer time do planeta... desde que tenha tempo para treinar. E tempo é algo raro na seleção brasileira. Tanto porque falta um ano e meio para a Copa quanto porque as reuniões da equipe são sempre curtas, muito mais nos corredores do avião do que dentro de um gramado.

Guardiola é um belo sonho. O problema é que a realidade já está na porta. Com pouco tempo e diante da natureza da Copa, um mata de 30 dias, o serviço parece mais adequado para Felipão. Mesmo sendo inegável que, em termos de conhecimento e montagem de um time, Guardiola é presente e futuro, enquanto Felipão é o passado. Quem sabe em 2015.

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