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Florianópolis – Pelo segundo ano seguido, a etapa brasileira pode definir o título do World Tour Championship (WCT). A disputa promete ser acirrada pois de um lado está o hexacampeão Kelly Slater e do outro o atual tricampeão, Andy Irons, que venceu o circuito em 2004, na capital catarinense.

O primeiro tem 33 anos, nasceu na Flórida (EUA) e é considerado o maior fenômeno da história da modalidade. O segundo, tem 27, vem do Havaí e se consagrou desde 2002, quando iniciou a série de três conquistas que o colocou na galeria dos mitos.

Agora, a liderança de Slater no circuito – 7.896 pontos contra 7.128 de Irons – faz ele precisar apenas ficar à frente do rival para sair de Santa Catarina como heptacampeão. Já para Irons só o título da etapa dá a chance de seguir sonhando com uma virada na Tríplice Coroa havaiana, que encerra o circuito na primeira quinzena de dezembro.

Com o início das provas adiado, a única movimentação no primeiro dia de WCT Brasil foi a concorrida entrevista coletiva dos maiores nomes do surfe atual. Lado a lado, Slater e Irons falaram do duelo que farão no Brasil.

"Em 1995 e 98 eu não esperava ganhar o circuito e venci. No ano passado já contava com o título e perdi. Portanto essa vantagem que tenho é ilusória, preciso de um grande resultado para ir embora como heptacampeão", avaliou Slater, que monopolizou a primeira parte da entrevista e não poupou elogios ao concorrente. "Vendo que ele ganhou nos últimos três anos dá para perceber que é um grande adversário", disse.

Bem menos simpático do que o rival, Irons foi curto e grosso nas respostas. Questionado sobre as chances de ainda ficar com o título, resumiu: "Preciso ganhar e pronto".

Ele também falou sobre o que aprendeu com Slater. "É um grande ídolo e cresci vendo ele surfar. Nossa amizade será melhor depois que deixarmos o circuito", avaliou.

A dupla também falou da nova geração de atletas que está invadindo as praias. Todas as 16 vagas para o WCT de 2006 devem ser preenchidas por surfistas que jamais correram na elite.

Andy Irons citou o australiano Shaun Cansdell, o americano Bobby Martinez e o brasileiro Adriano Mineirinho, como futuros campeões. Já Kelly Slater falou especificamente de Mineirinho. Para ele, o brasileiro vai chegar com tudo na primeira divisão e, se quiser, nunca vai precisar recuperar pontos no WQS (divisão de acesso).

"Tenho certeza de que se ambientando a ondas com fundos de pedra (que não existem no Brasil), ele vai facilmente estar entre os 15 melhores do WCT. Na água, Mineirinho não é intimidado por nada", elogiou.

A competição deveria ter começado ontem. Porém a falta de ondas na capital catarinense impediu que os atletas fossem para água. A próxima chamada para os surfistas é hoje, às 7 da manhã. Caso o panorama no mar não mude, a Praia da Vila, em Imbituba, 91 quilômetros ao sul de Florianópolis será a opção.

"Queremos encerrar a primeira rodada ainda amanhã (hoje). Se preciso vamos até Imbituba, pois de quarta-feira para frente as condições da Joaquina devem melhorar", disse o organizador do evento, Teco Padaratz.

O jornalista viaja a convite da Associação dos Surfistas Profissionais.

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