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Marlos - com Pedro Ken ao fundo - está confirmado entre os titulares | Rodolfo Bührer / Gazeta do Povo
Marlos - com Pedro Ken ao fundo - está confirmado entre os titulares| Foto: Rodolfo Bührer / Gazeta do Povo

Dublin – "God Save the Queen", o hino britânico, será tocado e cantado amanhã pela primeira vez no Croke Park, em Dublin, antes do jogo de rúgbi entre Irlanda do Norte e Inglaterra. Parece irrelevante, mas o simbolismo é colossal.

Croke Park é simplesmente o palco do primeiro Bloody Sunday (domingo sangrento em inglês), sangrento episódio ocorrido no dia 21 de novembro de 1920. De armas em punho, soldados ingleses invadiram o estádio atirando a esmo (14 pessoas morreram). Era uma represália à morte de 14 oficiais executados na manhã do mesmo dia em suas casas.

O massacre foi crucial para o desfecho da guerra pela independência irlandesa – subjugada pela Grã-Bretanha, a Irlanda capitulou. A matança virou hino pacifista na voz do U2, que também fazia referência a outra trágica salva de tiros, esta em 1972, quando uma manifestação republicana foi dispersada à bala.

Agora, 86 anos depois, oprimidos e opressores tiram seus esqueletos do armário. O confronto será no estádio (cuja construção começou em 1884) porque a Associação de Esportes Gaélicos, sua proprietária, permitiu a prática de esportes britânicos.

Até 2005, futebol, rúgbi ou críquete eram absolutamente vetados. Croke Park só via jogos de futebol gaélico (mistura de futebol, basquete e vôlei) e hurling (parecido ao hóquei na grama), além de modalidades menos populares.

Futebol e rúgbi, na Irlanda do Norte, sempre tiveram outro endereço: o Lansdowne Road. O palco foi demolido para dar lugar a outro que deverá estar pronto em 2009.

A presença britânica no cenário do massacre não provocou indiferença. Dissidentes republicanos prometem manifestações na porta do estádio e também durante a execução do hino. Além disso, o filho de uma lenda do futebol gaélico recolheu todas as 23 medalhas e troféus do pai, cedidos ao museu do Croke.

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