Garra, determinação e vontade. Isso a torcida pode ter certeza que vai haver de sobra no comando da seleção brasileira. O caminho de Carlos Caetano Bledorn Verri, o Dunga, até a consagração como capitão do tetra, em 1994, não foi fácil.
Antes do Mundial dos Estados Unidos, e até durante essa competição, o ex-jogador enfrentou muitas críticas ao seu estilo de jogo. Depois da derrota para a Argentina, nas oitavas-de-final de 90, toda uma geração passou a ser estigmatizada ao ser colocada sob o guarda-chuva da 'Era Dunga', criticada por fazer um futebol de resultados e pouco plástico.
A liderança, no entanto, foi uma característica clara desde que o jogador foi revelado, no Internacional, em 1983. Depois do Colorado, Dunga passou pelo Corinthians, Santos, Vasco Pisa (Itália), Fiorentina (Itália), Pescara (Itália), e estava no Stuttgart (Alemanha) quando foi novamente convocado para a Copa de 1994. Foi ali - depois reconheceu - que conseguiu tirar o peso dos quatro anos anteriores das costas ao converter sua cobrança de pênalti na final contra a Itália.
"Se ficasse preso ao passado, preocupado com as críticas, era melhor ter parado de jogar. Sabia que os críticos estavam errados, tinha certeza do meu valor, só que não adiantava falar, tinha de mostrar isso dentro de campo. E numa Copa do Mundo, que é um torneio em que não se pode errar", lembra, ao site da CBF.
Quem treinava aquela seleção nos Estados Unidos era justamente o técnico Carlos Alberto Parreira, que agora dá lugar a Dunga no comando da seleção. A valorização da posse de bola é um fundamento valorizado tanto por um quanto por outro.
"Um time para ser campeão tem que, primeiro, ficar com a bola. Por isso marcávamos tão forte (na Copa de 94). Com a posse da bola, aí sim, pode-se jogar bonito, mas com objetividade, para decidir, como aquele time fazia", diz.
Em 98, sob o comando de Zagallo, Dunga participou de mais um Mundial. A seleção chegou à final, mas foi derrotada pela França, por 3 a 0, ficando com o vice-campeonato. Em seguida, o ex-jogador voltou ao Internacional, onde encerrou a carreira em 1999, depois de três anos jogando no Jubilo Iwata, no Japão.
Antes da Copa da Alemanha, Dunga chegou a ser sondado pela seleção de Angola para dirigir a equipe no Mundial. O acordo, no entanto, não foi fechado. Agora, ele tem a chance - e o desafio - de começar a carreira de técnico dirigindo o time mais visado do planeta.
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