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Atlético e Coritiba entram no Brasileirão-2013 com o discurso de conquistar uma vaga na Libertadores. Pretensão ambiciosa, que exigirá da dupla romper a lógica financeira estabelecida desde que o principal campeonato do país passou a adotar o formato de pontos corridos, há dez anos. As posições mais nobres são dominadas pelos clubes de maior receita, enquanto o baixo e o médio clero se concentram do meio para o fim da classificação.

INFOGRÁFICO: As receitas dos times da Série A

O peso do dinheiro fica claro na distribuição das vagas cobiçadas pelos representantes do estado na Série A. Das 40 passagens à Libertadores já distribuídas via Brasileiro por pontos corridos, 35 ficaram nas mãos do G-12 do futebol nacional – Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos, Flamengo, Fluminense, Bo­­ta­­­fogo, Vasco, Cruzeiro, Atlético Mineiro, Grêmio e Internacional. Pior: desde o Paraná, em 2006, nenhum time de fora do grupo dos mais ricos fecha o Nacional na zona de classificação ao torneio continental.

O domínio financeiro estabelecido nas quatro primeiras posições se expandiu gradativamente pela tabela. Em 2010, apenas um clube dos "pobres" conseguiu fechar o campeonato entre os dez primeiros. Ano passado, nem isso. Toda a primeira metade da classificação foi ocupada pelos mais ricos.

Sem espaço no topo da tabela, os times de menor receita se concentram nas últimas posições. O G-12 teve apenas cinco rebaixados em 32 possibilidades. Quatro deles voltaram no primeiro ano de Série B, caminho que o Palmeiras tenta repetir. Na outra mão, somente Fortaleza (em 2004), Coritiba (em 2010) e Atlético (em 2012) conseguiram fazer o bate-volta na Segundona.

O ranking de receitas dos 20 participantes deste ano indica mais um ano difícil para a dupla Atletiba. O Furacão aparece com a quinta maior receita – atrás de Corinthians, São Paulo e da dupla Grenal – graças aos R$ 123,1 milhões em créditos de potencial construtivo referentes à reforma da Arena para a Copa. Excluindo esse montante, para uso exclusivo no estádio, o Rubro-Negro passa a ter a 12.ª receita, atrás dos 11 integrantes do G-12 na Série A e imediatamente à frente do Coxa.

Ambos recorrem a armas semelhantes para desafiar essa lógica no gramado. O Atlético manteve a base da Série B, reforçada pelos destaques do Sub-23 no Paranaense e reforços pontuais – Everton, Ciro, Jonas e Fran Mérida. O Coritiba contratou cinco jogadores, perdeu apenas um titular (Everton Ribeiro) e busca mais dois. Nos dois casos, com um cuidado especial para acertar o alvo.

"Quem não tem uma receita tão grande não pode errar, precisa ser muito criterioso na hora de trazer um atleta. Quando você tem dinheiro, usa mais, o que o leva a errar mais", afirma o vice de futebol do Coritiba, Paulo Thomaz de Aquino.

Ousadia que pode ser traduzida em gasto com o futebol. Clube mais rico do país, o Corinthians gastou para contratar Alexandre Pato, reserva, o mesmo que o Coritiba com salários, benefícios e encargos no futebol profissional e de base em 2012: R$ 40 milhões.

No Atlético, há o bônus da pré-temporada estendida, que aumenta a confiança do clube em subverter a lógica financeira do Brasileirão. "Nosso time é bom, o grupo é maravilhoso. Vamos estar do meio para cima da tabela. Nunca mais quero voltar para a Segunda Divisão", disse, ao site oficial do clube, João Alfredo Costa Filho, vice de futebol rubro-negro.

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