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Os orçamentos da dupla Grenal para 2010 são grandiosos. Juntos, os dois clubes contarão com R$ 239 milhões, cifra superior a que tem disponível da prefeitura de Santa Cruz do Sul, cidade com 122.451 habitantes. Só o giro do futebol também impressiona. A movimentação com salários e negociações nos vestiários de Grêmio e Inter devem envolver R$ 141,7 milhões em 2010.

Manter jogadores e comissão técnica, em 2010, deverá custar R$ 80 milhões ao Inter e R$ 61,7 milhões ao Grêmio. Esses valores são superiores aos R$ 59,1 milhões que a prefeitura de Santa Cruz do Sul espera investir em saúde. As direções se justificam. Boa parte dos salários supera fácil os R$ 100 mil e jogam para cima as folhas mensais, que andam na casa de R$ 3 milhões – valor aproximado da Dupla.

Negociações de atletas evitam déficit. Neste aspecto, os sócios ajudam muito a pagar a conta, com R$ 3,1 milhões mensais de arrecadação no Beira-Rio e R$ 2 milhões no Olímpico. As vendas de jogadores, também.

"O Inter ainda precisaria vender jogador. Temos uma previsão de R$ 15 a 20 milhões de venda", explica o vice-presidente Mario Sergio Martins.

Em 2009, o Inter arrecadou R$ 46 milhões com negociações. No Grêmio, que deve fechar este ano com prejuízo em torno de R$ 7 milhões, as transações de jogadores ajudam a amenizar o impacto das dívidas (cerca de R$ 500 mil mensais). Parte das vendas, aliás, vai para o condomínio de credores.

"As vendas evitam o déficit. Sempre há expectativa", lembra o vice de futebol, Luiz Onofre Meira.

Desta vez, afirma Meira, o Grêmio contratará menos do que nos outros anos – algo que também se verifica no Inter, cujos reforços são pontuais. É o que ele chama de "equilíbrio de folha interessante", com 17 jogadores com salários maiores e o restante do grupo fechado com jovens das categorias de base do Olímpico.

"Empresas de médio porte" A estratégia faz parte de um modelo de administração profissionalizado, o que é uma realidade para a dupla Grenal, afirma o economista Alfredo Meneghetti Neto, da Fundação de Economia e Estatística (FEE). Sem exageros, ele compara.

"Um dirigente tem mais força financeira do que um prefeito", diz.

No orçamento geral, o lado do Inter pesa mais na gangorra financeira: prevê R$ 126 milhões, contra R$ 113 milhões do Grêmio. Há de se ter em conta, porém, de que a dupla trabalha com suplementação orçamentária. Consiste em anabolizar os números durante o ano, como aconteceu em 2009. São receitas saídas de vendas de jogadores, novos patrocínios ou mesmo aumento do quadro social.

Em setembro, o Beira-Rio revisou os dados iniciais de R$ 109 milhões para R$ 143 milhões. Em novembro, o Olímpico passou de R$ 100,6 milhões para R$ 111,4 milhões. Correspondem a cifras de empresas de médio porte, como comenta Meneghetti Neto.

"Inter e Grêmio seriam consideradas empresas de médio porte (com faturamento superior a R$ 60 milhões/ano). Isso os qualificaria a operar com linhas especiais de financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), a 4,5% de juros ao ano. O cidadão tem essa taxa por mês", compara o economista.

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