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Mano Menezes, o indeciso: 10 jogos, 10 times diferentes; 56 jogadores convocados e 25 titulares | Fotos: Hedeson Alves, enviado especial/ Gazeta do Povo
Mano Menezes, o indeciso: 10 jogos, 10 times diferentes; 56 jogadores convocados e 25 titulares| Foto: Fotos: Hedeson Alves, enviado especial/ Gazeta do Povo

Personagem

Corte de volante deixa a seleção com um a menos

O volante Sandro (foto acima) foi cortado da seleção brasileira ontem, um dia depois de ter voltado a se queixar de dores durante o treino, na Argentina, visando ao confronto desta quarta, contra o Equador. Após a realização dos exames, ficou constatado que o jogador está com um edema muscular na panturrilha esquerda e sofreu uma ruptura do menisco do joelho esquerdo.

Segundo o médico Rodrigo Lasmar, o corte foi definido porque o jogador não irá se recuperar antes do término da Copa América – ele, no entanto, não precisou o tempo necessário de tratamento.

Pelo regulamento da Copa América, nenhum jogador poderá ser convocado para o lugar de Sandro. Triste, ele lamentou o fato de ter de deixar o torneio em um momento decisivo para a seleção brasileira. "É até difícil falar neste momento, pois a gente tem um planejamento na cabeça, de fazer uma bela competição, mas chega uma hora em que isso vai por água abaixo. Graças a Deus estou tranquilo e os jogadores me deram muita força", disse o volante.

Los Cardales, Argentina - Vencer o Equador é a obrigação da seleção brasileira na noite de hoje, às 21h45, em Córdoba, para garantir sem sustos a classificação às quartas de final da Copa América – o empate basta, mas aumentaria a desconfiança sobre a equipe.

A importância do jogo, porém, não está limitada a seguir no torneio. Uma derrota para os equatorianos, e a consequente eliminação precoce do torneio continental, criariam uma pressão irreversível sobre o técnico Mano Menezes.

Em quase um ano no cargo, o treinador convocou 56 jogadores, dos quais 25 foram titulares em pelo menos uma vez – outros 15 ainda entraram no decorrer das partidas.

Resultado: até agora a equipe não tem uma identidade. Prova disso foi ter apostado na formação com o quarteto ofensivo Ganso, Robinho, Neymar e Pato desde o início da preparação na Argentina, mas mudado de ideia após o 0 a 0 com os venezuelanos na estreia.

Antes do terceiro jogo na competição, não há como afirmar de que forma o time atuará.

Mesmo após dez partidas (cinco vitórias, três empates e duas derrotas), técnico e jogadores frequentemente argumentam que o trabalho ainda está no início, e falta entrosamento. Foram exatamente dez formações diferentes – que podem chegar a onze hoje.

"Venho dizendo para termos um pouco de paciência com o Mano. É evidente que para montar uma equipe requer um pouco de tempo. Ele está buscando opções. É um período de renovação, um novo ciclo. Tudo no começo é difícil", disse ontem o goleiro Júlio César.

Mas sem a convicção com a qual, por exemplo, defendeu o trabalho do ex-técnico Dunga no primeiro dia da seleção na Argentina, quando falou que "com todo respeito ao Mano, na Copa o Dunga conseguiu montar uma seleção na qual todos pensavam da mesma maneira".

Atualmente, Júlio César reconhece mais a boa intenção do que a competência no trabalho do treinador: "É a primeira competição oficial da nova comissão técnica. E pode ter certeza de que ele [Mano] está procurando o melhor. Agora, se é uma coisa boa ou ruim eu não posso julgar".

A eventual saída do treinador também significaria a difícil permanência de jogadores bancados por ele, como o lateral-esquerdo André Santos, o volante Lucas Leiva e o volante reserva Elias, que ganharam a confiança de Mano no trabalho em clubes. A situação abrange também o meia Jadson e o atacante Fred, autores dos gols contra o Paraguai. Ou mesmo jogadores consagrados, como Júlio César e o zagueiro e capitão Lúcio. Ambos já não são unanimidades por causa da idade.

Esperando seguir como titular, o paranaense Jadson nem cogita a possibilidade de derrota. "Não tem como pensar nisso. Temos de conseguir de qualquer maneira a vitória. Para nós já é mata-mata", afirmou o meia, escalado no lugar de Robinho contra o Paraguai para ajudar Paulo Henrique Ganso na armação.

Ganso não se negou a falar sobre uma possível eliminação. Parece não ter motivos para se preocupar em ver a nova geração, encabeçada por ele e Neymar, sair queimada da Copa América. "Espero que não aconteça. Mas, mesmo que ocorra uma derrota, acredito que não vai marcar negativamente. São grandes jogadores, têm uma qualidade tremenda e um grande futuro pela frente", declarou.

Ele ainda tem mais um motivo para ficar tranquilo, mesmo que Mano deixe o cargo. Muricy Ramalho, nome preferido pela maior parte da opinião pública, é o seu treinador e de Neymar no Santos.

Ao vivo

Brasil x Equador, às 21h45, na RPC TV, SporTV e ESPN Brasil.

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