O inglês Bernie Ecclestone, dono dos direitos comerciais da Fórmula 1, não costuma se emocionar. Ou, como ele mesmo define, tem "desprendimento emocional para quase todas as coisas". Mas admitiu nesta quinta-feira que abriu uma exceção durante as voltas finais do GP do Brasil, no domingo, em Interlagos.

CARREGANDO :)

"Foi algo inacreditável. Até o fim, não dava para saber quem iria vencer. O título de Massa estava quase certo, mas no último momento veio aquela grande surpresa", afirmou o inglês, relembrando os últimos momentos de uma das maiores decisões da história do automobilismo, com a ultrapassagem de Lewis Hamilton sobre Timo Glock a menos de um quilômetro do fim da prova.

Para Ecclestone, o título mundial ficaria em boas mãos qualquer que fosse o vencedor. Por outro lado, a conquista de Hamilton corrigiu o que o dirigente considera uma injustiça histórica. "É uma pena que os dois não pudessem vencer. Mas no fim das contas, venceu quem mereceu. Lewis já deveria ter sido campeão no ano passado", disse Ecclestone. Em 2007, o piloto inglês abusou dos erros na reta final do campeonato e viu Kimi Raikkonen, da Ferrari, conquista o título.

Publicidade

Racismo

Mas Bernie não foi apenas elogios a Hamilton. Ele disse que não vê atos racistas na categoria e discordou do pai do campeão, Anthony, que classificou como racismo parte das manifestações contra o piloto da McLaren, durante a semana do GP do Brasil.

No início do ano, o assunto virou manchete na Fórmula 1 depois que torcedores espanhóis apareceram pintados de preto e carregando uma faixa "Família de Hamilton" durante os testes de Barcelona. A polêmica fez a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) iniciar uma campanha contra atitudes racistas.

"Essa história de racismo não faz sentido. Na Espanha as pessoas estavam torcendo por Fernando Alonso e no Brasil, por Felipe Massa. Não acho que isso tenha a ver com racismo. As pessoas torcem por quem quiserem. Quando ele foi insultado?", questionou o dirigente, em entrevista à rádio BBC. No início desta semana, Anthony Hamilton chegou a dizer que ele e o filho estudavam a hipótese de se afastar da Fórmula 1, caso as manifestações por ele consideradas racistas continuassem.

Publicidade