Elano aposta no Japão para pôr fim a “ano estranho”

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Um bom desempenho no Mundial de Clubes da Fifa é tudo o que Elano quer para começar a pavimentar o caminho de volta para a seleção brasileira. O segundo semestre do jogador foi cheio de percalços em campo e fora dele. Por isso a redenção pode estar nos dois jogos que o Santos fará no Japão. "Estou encarando a competição como o desafio mais importante da minha vida", disse ele na entrevista coletiva de ontem, pela manhã, e repetiu na saída do treino realizado à noite, no horário japonês.

O que Elano viveu do fim de julho para cá daria para escrever um drama. Eis os fatos: 1) chutou na lua um pênalti no jogo em que o Brasil foi eliminado da Copa América pelo Paraguai; 2) na volta ao Santos, errou outro pênalti importante: contra o Flamengo, na derrota por 5 a 4 na Vila Belmiro, deu uma "cavadinha" e viu Felipe fazer a defesa com facilidade e ainda sair fazendo embaixadinhas; 3) passou a ser muito criticado pela torcida e passou a conviver com rumores sobre a sua saída do clube; 4) tomou um susto com a tentativa de sequestro de seu pai; 5) teve um conturbado fim de namoro com a atriz Nivea Stelmann, com a ameaça de ver fotos íntimas serem divulgadas; 6) sofreu duas lesões musculares que o deixaram fora do time por tempo suficiente para colocar em dúvida a sua condição de titular.

Se esse drama terá um final feliz, só o que Elano fizer em campo no Japão dirá. "Este foi um ano estranho", comentou o meia. "Eu posso dizer que os meus quatro primeiros meses foram brilhantes, mas depois aconteceu uma série de fatos negativos. Nada melhor do que disputar um grande Mundial para terminar por cima. É apenas nisso que penso de três meses para cá."

Elano aproveitou bem a coletiva e a zona mista (área de entrevistas) depois do treino para dar o seu recado – Neymar falou de manhã e, por isso, à noite foi direto do campo para o ônibus, mas o meia não perdeu a chance de ter um contato mais demorado com os jornalistas. Embora tenha dito várias vezes que aceita as críticas numa boa e não tem a mínima vaidade, ele fez questão de ressaltar os seus feitos e as suas virtudes. "No começo da temporada o time estava sem o Neymar [na seleção sub-20], o Ganso [machucado], o Danilo [na seleção sub-20] e o Arouca [ma­­chucado)] e eu assumi a responsabilidade de segurar a bronca. Fiz grandes jogos no Paulista, tanto que acabei como artilheiro do campeonato e fui importante na primeira fase da Libertadores", ressaltou o experiente jogador, que em 2010 foi cortado da Copa do Mundo por causa de lesão.