Abalados pelo impacto do rebaixamento, 148 conselheiros irão definir quem terá a árdua missão de abreviar a permanência do Coritiba no inferno da Segunda Divisão. Duas chapas concorrem na eleição de hoje à responsabilidade de reverter o pior momento dos últimos anos vivido pelo clube mais tradicional do estado.
O pleito começa às 18h30, a votação é secreta e ainda nesta noite sai o nome daqueles que assumirão um ex-campeão brasileiro longe da elite, com prestígio reduzido, um orçamento pela metade e uma torcida frustrada.
De um lado está a "União Coxa-Branca", encabeçada pelo presidente Giovani Gionédis e cujo terceiro mandato era praticamente certo não fosse a consumação da degola. Do outro, a chapa de oposição "Campeão de novo", liderada pelo empresário Tico Fontora e que ganhou fôlego com o fiasco do clube no Brasileiro.
A campanha eleitoral foi curta oficialmente, menos de uma semana. Mas não reduzida o suficiente para impedir ataques e rusgas. "Foram oportunistas de montar uma chapa justamente num momento como esse, quando o clube está lutando quando o rebaixamento", acusou o atual presidente.
"A chapa tinha prazo (segunda-feira passada) para inscrição. Então, ou inibíamos o descontentamento ou não participaríamos da eleição", rebateu o presidente da Paraná Esporte e candidato a vice pela oposição, Ricardo Gomyde.
Opiniões divergentes, propostas iguais. A definição do novo comando administrativo coxa-branca será motivada mais pela confiança na continuidade, ou pela mágoa pelo rebaixamento do que pelas metas de cada chapa. As promessas de campanha atacam os mesmos quesitos e são parecidas a ponto de repetir palavras.
Mas a prioridade de ambas mesmo é a formação de um time competitivo para voltar à elite já na próxima temporada. "O carro-chefe será o futebol", decretou Tico Fontoura. "Temos dinheiro em caixa e vamos montar uma equipe forte para tirar o clube dessa situação", afirmou Gionédis, que assumiu uma dívida moral com a torcida coxa-branca e foi muito criticado por preterir o futebol em nome do saneamento financeiro. "O futebol é o telhado. Para existir, precisa de uma estrutura forte", justificou.
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