Nota emitida pelos jogadores do Paraná em que reclamam de atrasos salariais| Foto: Hugo Harada / Gazeta do Povo
Vice-presidente Luiz Carlos Casagrande, que esteve na Vila Olímpica nesta terça e admitiu atrasos salariais, causados por rombo de R$ 700 mil

Os jogadores do Paraná emitiram uma nota na tarde desta terça-feira em que expõem o problema administrativo do clube que ocasionou a saída do técnico Ricardinho. No texto, assinado por todo o elenco, os atletas revelam atraso salarial de dois meses, além do não pagamento de férias e 13º salário para funcionários e jogadores que estavam no grupo desde 2011. A nota também informa que os jogadores da categoria de base estão com oito meses de vencimentos atrasados.

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"Esclarecemos, ainda, que um dos motivos que levaram o técnico Ricardinho a deixar o clube foi a falta de compromisso financeiro que se estende desde o início do ano", informa o texto distribuído aos jornalistas que cobrem o dia a dia do Tricolor nesta terça.

Ao invés da nota, os jogadores iriam se pronunciar em entrevista coletiva , antes do treino na Vila Olímpica. Entrentanto, o segundo vice-presidente paranista, Luiz Carlos Casagrande, conseguiu convencê-los a não falar. O presidente Rubens Bohlen e o superintendente Celso Bittencourt estão no Rio de Janeiro para tentar uma nova parceria de patrocínio para o time.

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Na nota, os jogadores afirmam estar com dificuldades para cumprir com seus compromissos pessoais, como o pagamento da escola dos filhos, por causa do atraso salarial.

Casagrande reconheceu a situação. Segundo o dirigente, durante o ano todo o atraso ficou em média de um mês da folha salarial. Entretanto, a partir de agosto, o clube teve um rombo de R$ 700 mil em seu orçamento por causa dos 15 dias de viagens para partidas da Série Prata do Estadual e da Série B do Campeonato Brasileiro. Na ocasião, o grupo tricolor chegou a viajar com 60 pessoas, entre atletas e comissão técnica, para disputar as duas competições.

"Na realidade, precisa haver um movimento entre os clubes que não são do Clube dos 13 para equalizar as verbas da tevê. Como comparação, nosso co-irmão Atlético recebe R$ 34 milhões, enquanto nós recebemos na faixa de R$ 2 mmilhões. Teríamos que receber no mínimo R$ 15 milhões ou R$ 20 milhões para poder fazer futebol", reclamou Casagrande.

Leia na íntegra a nota emitida pelos jogadores paranistas:

Nota Informativa de atletas do Paraná Clube

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Os profissionais do Paraná Clube informam por meio desta, aos meios de comunicação e torcedores do clube, a real situação em que funcionários e atletas se encontram na presente data.

Estamos com os vencimentos mensais em atraso por 2 meses e 10 dias (agosto e setembro). Tendo premiações prometidas e não cumpridas. Informamos ainda que os atletas remanescentes de 2011, bem como funcionários, ainda não tiveram seus 13º salários e férias daquele ano quitados até a presente data.

Temos a informar ainda sobre os atletas das Categorias de Base que sobrem para o elenco profissional com 8 meses de salários atrasados.

Esclarecemos ainda que um dos motivos que levaram o técnico Ricardinho a deixar o clube foi a falta de compromisso financeiro que se estende desde o início do ano.

Também enfrentamos dificuldades com relação aos campos de treinamentos, pois hoje não há nenhum funcionário para prestar serviços de manutenção nos gramados. No setor de limpeza e outros serviços gerais, a situação é precária pelo fato de o clube não conseguir contratar pessoas para os serviços.

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Nós, atletas, sempre profissionais, nunca deixamos de cumprir nossos deveres de treinamento, concentrações, viagens e jogos. Sempre honramos essa camisa mesmo com toda essa dificuldade.

Hoje, 09 de outubro, tornamos público a nossa dificuldade em cumprir nossos deveres, como aluguel, escola, contas diversas e até mesmo a alimentação de nossos familiares, pois somos provedores de renda e estamos sem respaldo.