A guerra política deflagrada pelo ex-presidente Evangelino da Costa Neves contra o atual presidente Giovani Gionédis ultrapassou a esfera administrativa do Coritiba e chegou ao futebol. Impeachment, falsificação, perícia criminal e ameaça de processos judiciais passaram a ser termos recorrentes entre o elenco desde a semana passada.
Apesar de calejados pelos problemas extracampo, que incluíram até troca de socos e pontapés com parte da torcida, os jogadores tentam criar uma nova imunidade para o imbróglio recente e assim poder focar o trabalho na cada vez mais difícil missão de voltar à elite do futebol brasileiro. Em sexto na tabela, as chances de classificação entre os quatro melhores está em preocupantes 21% (segundo os cálculos do matemático Tristão Garcia).
"O turbilhão sempre existiu no Coritiba. Desde 3 de janeiro não se tem paz nesse clube. Mas esses problemas agora, neste momento tão decisivo do campeonato, só atrapalham", afirmou ontem o goleiro Artur.
O camisa 1 acompanhou todas as fases críticas do clube na temporada. O peso do rebaixamento e os resquícios de um conturbado processo eleitoral com reflexos até hoje deram as "boas vindas" ao elenco no início do ano.
O fraco desempenho no Campeonato Paranaense e a eliminação precoce na Copa do Brasil reforçaram as cobranças sobre o grupo que já começou a Segundona em descrédito. Em meio a tanta pressão, a boa campanha do time após o intervalo da Copa do Mundo representou um alívio efêmero.
O último capítulo da intranqüila temporada alviverde foi o pedido de impedimento do presidente Gionédis, feito por Evangelino Neves. O Chinês alega a falsificação de sua assinatura em documentos referentes ao pleito de 2006, vencidos pela situação, da ele qual também fazia parte.
"Não podemos pensar nas coisas externas, nosso foco tem de estar apenas na competição", afirmou o zagueiro Índio. "Estamos na fase importantíssima do campeonato e precisamos manter a concentração para poder pensar só no acesso à Primeira Divisão", reforçou o arqueiro Artur.
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