Puerto La Cruz Diego e Robinho cresceram trocando passes no Santos. De tão amigos e tão entrosados, falar de um era falar do outro. O tempo passou, os dois foram jogar na Europa e agora Robinho está muito à frente daquele que era seu parceiro favorito. O atacante mostrou nos dois jogos da Copa América por que é a estrela da seleção brasileira e virou mania entre os venezuelanos. E Diego, que chegou como titular, perdeu espaço primeiro para Ânderson e depois para Júlio Baptista.
"Ainda há vários jogos pela frente e continuo na briga", disse Diego, que não foge das entrevistas mesmo quando o momento é ruim. Quarta-feira, depois da derrota para o México, ele foi o primeiro a deixar o vestiário. E falou com todos os jornalistas que o chamaram no trajeto até o ônibus. Ontem, no treino dos reservas em Puerto La Cruz, também falou com todo mundo.
Quando se apresentou na Granja Comary, no dia 12, Diego estava com tudo a favor para ser um dos destaques do time. Tinha acabado de ser eleito o melhor jogador do Campeonato Alemão e, sem a concorrência de Kaká e Ronaldinho Gaúcho, vestiria a camisa 10 e poderia se transformar no maestro da seleção.
Mas sua alegria durou apenas até o intervalo do jogo contra o México, quando foi substituído por Ânderson. E no domingo, quando o ex-gremista foi sacado, o escolhido para entrar foi Júlio Baptista. Além da decepção de ter ido para o banco, Diego convive com uma dúvida: afinal de contas, o que fez de tão errado diante dos mexicanos? "O Dunga não conversou comigo depois da partida contra o México, então não sei o que ele achou da minha atuação."
Ele acredita que o fato de ter jogado na estréia pode ter sido um problema, já que dificilmente um time rende o que pode na abertura de um campeonato. Mas Ânderson, que também só resistiu 45 minutos como titular, dá uma dica sobre qual pode ser o problema para quem tem a função de criar jogadas no esquema de Dunga. "A gente joga com praticamente três volantes, e isso faz o meia ter de recuar muito pra pegar bola." A solução seria ter dois homens para dividir o fardo da criação? "Ah, isso vocês têm de perguntar para o professor." O certo é que, com a opção por Júlio Baptista, Dunga troca a técnica pela força.